Brasileiros gastaram US$ 618 milhões no exterior em novembro
Gastos de turistas no exterior quase dobram em relação ao ano passado, informa a nota do setor externo do Banco Central
22/12/2021Os brasileiros gastaram US$ 618 milhões em viagens internacionais em novembro, quase o dobro dos US$ 329 milhões em novembro de 2020, segundo o Banco Central (BC).
Já os estrangeiros que estiveram no país deixaram US$ 320 milhões, bem menos que os US$ 185 milhões em novembro do ano passado. Com isso, o déficit na conta de viagens de US$ 298 milhões em novembro de 2021, contra US$ 144 milhões um ano antes.
O Banco Central calcula o déficit de viagens de US$ 2 bilhões em 2021, conforme divulgado no Relatório Trimestral de Inflação.
Investimento direto dobrou em relação ao ano passado
Os ingressos líquidos em investimentos diretos no país (IDP) somaram US$ 4,6 bilhões em novembro de 2021, ante US$ 2,3 bilhões em novembro de 2020. Participação no capital registrou ingressos líquidos de US$ 4,8 bilhões e as operações intercompanhia registraram saídas líquidas de US$172 milhões.
Nos doze meses encerrados em novembro de 2021, o IDP totalizou US$51,5 bilhões (3,20% do PIB), ante US$49,2 bilhões (3,09% do PIB) no mês anterior e US$39,5 bilhões (2,69% do PIB) em novembro de 2020.
Os investimentos em carteira no mercado doméstico totalizaram ingressos líquidos de US$989 milhões em novembro de 2021, compostos por US$155 milhões em ações e fundos de investimento e US$833 milhões em títulos de dívida.
Os ingressos líquidos de investimentos em carteira no mercado doméstico totalizaram US$32,1 bilhões nos doze meses finalizados em novembro de 2021.
Transações correntes têm déficit de US$ 6,5 bilhões, segundo o Banco Central
As transações correntes do balanço de pagamentos foram deficitárias em US$6,5 bilhões em novembro de 2021, ante saldo negativo de US$2,5 bilhões em novembro de 2020.
Na comparação interanual, o superávit comercial diminuiu US$4,2 bilhões, o déficit em renda primária aumentou US$193 milhões, e o déficit em serviços recuou US$183 milhões.
Nos doze meses encerrados em novembro de 2021, o déficit em transações correntes somou US$30,8 bilhões (1,92% do PIB), ante US$26,8 bilhões (1,68% do PIB) em outubro de 2021, e US$21,5 bilhões (1,46% do PIB) em novembro de 2020.
A balança comercial de bens foi deficitária em US$2,5 bilhões em novembro de 2021, ante saldo positivo de US$1,7 bilhão em novembro de 2020.
Exportações cresceram 17%
As exportações de bens totalizaram US$20,5 bilhões, aumento de 17,1% ante novembro de 2020, e as importações de bens somaram US$23,1 bilhões, incremento de 45,6% na mesma base de comparação.
Em novembro de 2021 o déficit na conta de serviços somou US$1,6 bilhão, redução de 10,3% em relação a novembro de 2020. A conta de viagens internacionais registrou despesas líquidas de US$298 milhões o maior déficit desde fevereiro de 2020, ante US$144 milhões em novembro de 2020.
Aluguel de equipamentos registrou despesas líquidas de US$ 483 milhões, redução de 35,9% na comparação com novembro de 2020, influenciada pela nacionalização de equipamentos no âmbito do Repetro.
A conta de transportes registrou despesas líquidas de US$ 615 milhões, ante US$ 301 milhões em novembro de 2020. O aumento expressivo foi associado à expansão da corrente de comércio exterior.
Em novembro de 2021, o déficit em renda primária totalizou US$ 2,7 bilhões, ampliação de 7,8% comparativamente aos US$ 2,5 bilhões observados em novembro de 2020.
As despesas líquidas de lucros e dividendos, associadas aos investimentos direto e em carteira, totalizaram US$1,9 bilhão, aumento de 15,6% em relação a novembro de 2020. As despesas líquidas com juros somaram US$ 793 milhões, ante US$ 853 milhões registrados em novembro de 2020.