Bruno Covas morre em SP, em decorrência de câncer
Prefeito licenciado da capital paulista tinha 41 anos. Ele foi intubado na sexta, 14. Ricardo Nunes segue na prefeitura
16/05/2021O prefeito licenciado de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) morreu neste domingo, 16, em decorrência de câncer. Ricardo Nunes segue à frente da prefeitura da capital paulista.
Bruno Covas, de 41 anos, que vinha lutando contra o câncer desde 2019, apresentou piora na tarde da sexta, 14. Foi sedado pelos médicos do hospital Sírio-Libanês, que emitiram boletim afirmando que o quadro era irreversível.
Prefeito reeleito da capital, Bruno Covas permaneceu anestesiado na companhia de familiares e da equipe médica desde a sedação final.
O boletim foi assinado pelos médicos Luiz Francisco Cardoso e Ângelo Fernandez, diretores do hospital.
Boletim de Bruno Covas falava em quadro irreversível
De acordo com o boletim após a sedação, o prefeito Bruno Covas seguia internado e recebia medicamentos analgésicos e sedativos. O quadro clínico era considerado irreversível pela equipe médica.
Covas deu entrada no Hospital Sírio-Libanês para a realização de exames de controle, quando foi detectada a expansão do câncer originado na cárdia (uma válvula ligada ao sistema digestório).
Na ocasião, foi detectado o espalhamento do tumor para o fígado e os ossos do prefeito, que passou a receber tratamento imunológico, além da quimioterapia.
Ele era acompanhado pelas equipes médicas coordenadas pelo Prof. Dr. David Uip, Dr. Artur Katz, Dr. Tulio Eduardo Flesch Pfiffer e pelo Prof. Dr. Roberto Kalil Filho.
O acúmulo descoberto foi decorrente de uma inflamação provocada por um dos tumores no fígado.
Bruno Covas lutava contra o câncer desde 2019
O prefeito descobriu que tinha câncer em outubro de 2019, quando exames que vinham sendo realizados para investigar o surgimento de uma trombose apontaram a existência de três tumores – um no fígado, um na cárdia (a transição entre o estômago e o esôfago) e outro nos gânglios linfáticos.
Covas estava há três anos na prefeitura da capital paulista. No ano passado, foi reeleito para mais quatro anos de mandato.
A descoberta do primeiro tumor, em 2019, não impediu que ele continuasse a cumprir suas funções no cargo, limitando suas licenças médicas.
Segundo os médicos, Covas era categórico em pedir que houvesse transparência sobre a sua situação de saúde.
“Ele expressa de maneira veemente que a gente mantenha alto nível transparência e clareza”, disse Uip.
Resiliência como herança
Após a publicação do boletim médico sobre a sedação, Uip aifmrou que o prefeito tinha comportamento parecido ao do avô, Mário Covas, ex-governador de São Paulo, que morreu em 2001 em decorrência de um câncer na bexiga.
“Ele repete exatamente a atitude do avô, que foi um ícone em termos de transparência. O prefeito tem o mesmo perfil, quer que tudo seja divulgado e explicado.”
David Uip acompanhou Mário Covas, que governou São Paulo entre 1º de janeiro de 1995 e 22 de janeiro de 2001, quando, como o neto faz agora, se afastou do cargo em decorrência do agravamento do câncer que enfrentou por três anos.