close

Cepa do vírus no interior de SP não é motivo de alarme

Mutação do coronavírus descoberta em Sorocaba ainda está sendo analisada, mas Butantan vê similaridade com cepa brasileira

laboratório de pesquisas

Mutação identificada seria similar à da África do Sul, mas pode ser uma evolução natural da variante brasileira, segundo pesquisadores | Foto: Getty Images

A nova variante do coronavírus identificada em uma paciente de Sorocaba, no interior paulista, ainda não representa um perigo alarmante, segundo o Centro de Contingência da Covid, do governo de São Paulo.

Na avaliação apresentada, a mutação identificada seria similar àquela registrada na África do Sul, mas informações preliminares apontam para a possibilidade de que ela seja uma evolução natural da variante brasileira P.1.

“Precisamos determinar qual a real incidência desta nova variante, porque até o momento é um caso no universo de pandemia da P.1. Se for só um [caso], são as medidas que estão em andamento. Fora isso, é o acompanhamento genômico e sequenciamento para acompanhar o surgimento dessas novas variantes, o que é esperado para esse momento”, afirmou Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan.

A paciente na qual a mutação foi identificada não viajou à África do Sul ou teve contato com qualquer pessoa daquela região, o que fortaleceria a tese de que a variação é uma evolução da P.1. Também foram encontradas “assinaturas” da cepa original do coronavírus, o que indicaria uma origem local da variante.

Variante é similar à da África do Sul

Além dessa paciente, de 34 anos, o marido dela e um filho apresentaram os mesmos sintomas, mas apenas a amostra colhida dela já foi sequenciada por laboratório vinculado ao Instituto Butantan.

Conforme a prefeitura de Soroacaba, foi identificada a semelhança com a cepa sul-africana, mas não se conseguiu estabelecer o vínculo epidemiológico. Como a variante já apresenta algumas mutações em relação à africana, pode se tratar de uma nova cepa.

A família mora no bairro Paineiras, zona norte da cidade, e apresentou sintomas de covid-19 no início de março. As coletas de amostras foram feitas entre 5 e 9 de março. Conforme o secretário municipal de Saúde, Vinícius Rodrigues, a família não saiu da cidade, nem teve contato com viajantes sul-africanos.

Grau de letalidade ainda não é conhecido

“A paciente é dona de casa e o filho não estava indo à escola. O marido estava de férias, por isso ainda não se sabe como essa variante chegou até a casa.” Segundo ele, foram reforçadas as medidas de controle para evitar que o novo vírus se espalhe.

Ainda na semana passada, pesquisadores da Fiocruz alertaram para a circulação de novas mutações da covid-19 no País, mas em uma quantidade pequena das amostras, o que não configuraria ainda o surgimento de novas variantes.

“Vale ressaltar que as novas mutações foram, até o momento, detectadas em baixa frequência, apesar de encontradas em diferentes Estados”, afirmou a virologista Paola Cristina Resende.

De acordo com Covas, a situação da paciente de Sorocaba e dos familiares tem sido acompanhada pela Secretaria de Saúde e pela Vigilância Sanitária. Ainda não se sabe qual seria o grau de contágio, transmissão e letalidade da nova variante. (AE)

Assine o Safra Report, nossa newsletter mensal

Receba gratuitamente em seu email as informações mais relevantes para ajudar a construir seu patrimônio

Invista com os especialistas do Safra