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China tem queda na inflação maior que a esperada

A troca inesperada de chefe do órgão regulador de valores da China acendeu perspectiva de medidas de apoio às bolsas; confira os destaques do dia

China cotações

O Dólar Futuro apresentou alta de +0,08% no último pregão, cotado a 4.977,50 pontos | Foto: Getty Images

Dados de inflação na China anunciados ontem apresentaram queda superior à prevista. O índice de preços ao consumidor (CPI) da China seguiu em deflação em janeiro e caiu 0,8% na comparação anual.

A troca inesperada de chefe do órgão regulador de valores da China acendeu perspectiva de medidas de apoio às bolsas no país.

Análise Técnica:

O Ibovespa apresentou queda de -0,36% no último pregão, cotado a 129.949,90 pontos. O ativo está em tendência neutra no médio e no curto prazo. Na alta, o ativo possui primeira resistência em 130.500 pontos e a segunda em 135.000 pontos. Do lado da baixa, o primeiro suporte se encontra na região de 125.500. O próximo fica na faixa de 122.500 pontos.

O Dólar Futuro apresentou alta de +0,08% no último pregão, cotado a 4.977,50 pontos. O ativo se encontra em tendência neutra no médio e no curto prazo. Do lado da baixa, o primeiro suporte fica na região de 4.845 pontos. Se perder esse patamar, poderá alcançar o suporte seguinte em 4.705. Já do lado da alta, a primeira resistência do contrato fica na região de 5.020 e a segunda em 5.130.

Exterior:

Bolsas na Europa operam no campo positivo e nos EUA negociam próximas da estabilidade. Pedidos de auxílio desemprego sairão no início da manhã e a estimativa de consenso aponta para 220 mil pedidos.

Doméstico:

IPCA de janeiro será divulgado no início da manhã e a expectativa de consenso de mercado aponta para uma alta de 0,34% na comparação mensal, número com alguma pressão de alimentos.

Commodities:

Petróleo apresenta alta (USD79,7/b; +0,61%)
Minério de ferro registrou valorização (USD128,2/t; +2,49%)

Empresas:

B3: Cia tem decisão favorável em processo de R$ 4,1 bi / Processo questionava a amortização do ágio gerado na incorporação de ações da Bovespa Holding
Inter&Co: Lucro líquido 4T R$160 mi X R$28,8 mi a/a
JHSF Participações: Cia renova plano de recompra de ações

Agenda do Dia:

09:00 – Brasil – IPCA/Janeiro
10:00 – Brasil – Produção e venda de veículos/Janeiro
10:30 – EUA – Pedidos de auxílio desemprego
12:00 – EUA – Estoques no atacado/Dezembro
Balanços: Banco do Brasil, CCR, Multiplan, Raizen, Sanepar, São Martinho

Fechamento dia anterior

Ibovespa: 129.950 (-0,36%)
S&P: 4.995 (+0,82%)
Dólar Futuro: R$4,97 (+0,08%)

Atualizações Safra:

Neoenergia: Resultados do 4T23 – Acima de todas as expectativas em custos e volumes
Destaque: O EBITDA reportado da Neoenergia de R$ 2.855 milhões (+7,0% A/a) ficou 4,3% acima da nossa estimativa. O EBITDA ajustado de R$ 2.983 milhões (+32,5% A/a) ficou 12,0% acima da nossa estimativa e 11,1% acima do consenso. O EBITDA Ajustado exclui os impactos não caixa da atualização financeira do RAB: VNR (-R$ 245 milhões), margens de construção de projetos de transmissão (+R$ 283 milhões) e outros efeitos não recorrentes (+R$ 89 milhões). O lucro líquido reportado foi de R$ 973 milhões (+4,0% A/a), 31% acima da nossa estimativa e 27% acima do consenso devido à redução das alíquotas efetivas de impostos, que caíram devido ao efeito dos juros sobre o capital próprio pagos.

Nossa opinião: Positiva. No geral, os resultados das operações da Neoenergia foram bons e melhores que o esperado principalmente devido ao controle de custos, início de novas unidades no segmento renovável e volumes. Observamos, porém, que as perdas de energia aumentaram no trimestre, impulsionadas principalmente pelos fortes volumes de vendas de energia. Possuímos classificação Compra na Neoenergia principalmente por questões de valuation. Embora a estratégia de alocação continue sendo um ponto de atenção do mercado, esperamos que a empresa continue a considerar desinvestimentos e parcerias para alguns de seus ativos.

Auren: resultados do 4T23 – EBITDA não alcançado em termos comparáveis devido à maior pressão de custos; surpresa positiva com a distribuição de dividendos
Visão rápida. O EBITDA reportado de R$418 milhões (-45% ano a ano) ficou 6,3% abaixo da nossa estimativa e 2% acima do consenso, e foi afetado por: (i) R$16 milhões de reversões de provisões e baixas de ativos; e (ii) R$64 milhões de ganhos com marcação a mercado no nível consolidado. O EBITDA de R$371 milhões (-4,5% ano a ano) foi 17% abaixo da nossa estimativa e 10% abaixo do consenso. O lucro líquido reportado de R$108 milhões foi 56% inferior à nossa estimativa e 39% abaixo do consenso, impactado negativamente por resultados financeiros mais fracos, menor resultado de equivalência patrimonial e maiores alíquotas efetivas de impostos. Como um destaque positivo (e não esperado), a empresa também anunciou uma distribuição extraordinária de dividendos de R$0,4/ação (yield de 3,1%, data ex em 4 de março).
Nossa opinião: Mais fraco do que o previsto. Em nossa opinião, este foi um trimestre fraco devido à pressão de alto custo, com uma surpresa positiva proveniente de uma distribuição extraordinária de dividendos. Em 2023, a empresa pagou os R$3,0 bilhões pré-anunciados e anunciou R$400 milhões em dividendos adicionais, enquanto manteve a alavancagem sob controle (1,8x é um número relativamente baixo em comparação com a média do setor), o que vemos como um destaque positivo.

Alimentos e bebidas: Dados da Secex para janeiro – Volumes sólidos, preços ainda fracos
A pressão sobre os preços parece pior para a carne bovina, considerando a estabilidade dos preços do gado recentemente. A Secretaria de Comércio Exterior do Brasil (Secex) divulgou os dados de exportação para todo o mês de janeiro. Os volumes foram bastante fortes para todas as três proteínas, especialmente carne bovina e suína, que ficaram acima dos níveis observados nos últimos cinco anos. Por outro lado, os preços médios continuaram em uma tendência de queda, o que é mais preocupante para a carne bovina, já que os preços do gado têm se mantido estáveis recentemente, enquanto a queda dos preços dos grãos deve continuar beneficiando os spreads de aves e suínos.

Bens de capital: Por dentro da temporada de lucros do 4T23
Este relatório compartilha nossa visão sobre a próxima temporada de resultados do 4T23 para as empresas de bens de capital sob nossa cobertura. A temporada começa com a Weg em 21 de fevereiro, seguida pela Frasle em 11 de março e pela Randon em 12 de março. Prevemos resultados mistos para as empresas industriais sob nossa cobertura no 4T23. Espera-se que a Frasle apresente o melhor resultado trimestral, devido ao seu bom momento operacional, apesar de ter sido atingida por eventos pontuais relacionados à implementação de seu novo sistema SAP e à hiperinflação na Argentina. Por outro lado, espera-se que as divisões de Reboques e Autopeças da Randon continuem a prejudicar os números consolidados da empresa, levando a resultados pouco inspiradores. Quanto à Weg, é provável que a desaceleração da receita continue seguindo a piora de desempenho em GTD no Brasil.

Totvs: Resultados do 4T23 – Números mistos; ARR forte no núcleo, mas resultados abaixo do esperado para a Techfin
A Totvs apresentou resultados mistos, com a receita líquida não-GAAP crescendo 18% em relação ao ano anterior, em linha com nossas estimativas, enquanto o EBITDA ajustado e o lucro ajustado ficaram 10% e 8% abaixo de nossas estimativas, respectivamente, principalmente devido a eventos negativos específicos no negócio de Gestão (no valor de R$24,2 milhões) e resultados da Techfin abaixo do esperado. Ainda assim, vimos sólidas adições líquidas (de R$164 milhões) em receitas anuais recorrentes (ARR) no negócio de Gestão. Em suma, a Totvs apresentou um forte desempenho em uma base anual de receita recorrente e margem EBITDA estável em meio a uma condição econômica desafiadora, o que solidifica seu status como um nome de alta qualidade no setor de TMT, justificando nossa recomendação de Compra (e Preço-alvo de R$38/ação).

Bradesco: Traçando novos horizontes para o longo prazo; cortando estimativas e reiterando a recomendação de Compra
A transformação estratégica se desenrola após números fracos. Após os fracos resultados do 4T23 e o guidance para 2024, o tão aguardado novo plano estratégico foi apresentado ao mercado. Recebemos com satisfação o tom do CEO e os temas abordados, especialmente com apenas 60 dias de mandato, destacando uma transformação sem precedentes nos 80 anos do banco.
O Bradesco está claramente traçando novos horizontes, reconhecendo a necessidade de mudar a forma de atendimento aos clientes e renovar a estrutura organizacional. O plano detalhou como se espera que o modelo de negócios evolua, com uma equipe sênior trabalhando na iniciativa “Mudar o banco” em paralelo aos negócios habituais “Administrar o banco”. Embora vejamos boas iniciativas, como a contratação de novos diretores para as unidades Digital e de RH, algo fora do comum no Bradesco, acreditamos que algumas metas quantitativas carecem de seus respectivos planos de ação mais detalhados, mostrando como os pontos problemáticos atuais serão abordados.
As ações caíram -16% na sessão de hoje devido a uma recuperação atrasada do ROE. A ambição de alcançar um ROE acima do custo de capital somente em 2026 atrasa as expectativas do mercado em um ano, e o lucro líquido implícito no ponto médio da orientação para 2024 explica a queda de -16% no preço das ações ontem.
As consequências: Nosso preço-alvo baseado na DDM implica um potencial de valorização de 22% para o BBDC4, avaliando o banco a múltiplos justos de 7,5x P/L e 1,00x P/VP e rendimento de dividendos de 7,8%. Adotamos uma abordagem conservadora para o ROE de longo prazo, agora em 14%, em linha com nosso novo Ke. Em uma base de 12 meses, vemos a ação sendo negociada a 7,6x P/L e 0,84x P/BV.
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MRV & Co: Pechincha em meio à turbulência – Mantendo a recomendação de Compra
Atualizamos nossas estimativas para a MRV&Co (MRVE3), introduzindo nosso preço-alvo futuro de R$11,80/ação (de R$14,70/ação) para 12M, implicando em um potencial de valorização de 59%, o que nos levou a manter nossa recomendação de Compra para as ações da empresa.
O valuation é difícil de ser ignorado. Estamos mantendo nossa recomendação de Compra para as ações da empresa, pois acreditamos que a revisão para baixo dos lucros foi mais do que incorporada ao desempenho de -34% das ações no acumulado do ano. Estimamos uma avaliação P/L atraente de 5,1x em 2025, 24% abaixo da média de 6,7x de seus pares, enquanto destacamos a melhoria contínua do desempenho operacional da empresa nos últimos trimestres, o que deve beneficiar seus resultados futuros. No entanto, 2024 ainda deve ser um período de transição, já que nem todos os desenvolvimentos lançados durante o aumento da inflação (2020-1S22) foram entregues, o que ainda pode pressionar o fluxo de caixa e a lucratividade da MRV ao longo do ano.

Alpagartas: Resultados do 4T23 – Decepcionando nossas expectativas já conservadoras
A Alpargatas reportou mais um trimestre decepcionante, com baixo volume de vendas e margens sob pressão, especialmente em sua operação internacional. O EBITDA consolidado foi de R$67 milhões, uma perda de 10% em relação à nossa estimativa, que já estava bastante abaixo do consenso (46% menor). A maior diferença veio da operação internacional (-R$100 milhões vs. nossa estimativa de -R$88 milhões), que, em nossa visão, deve demorar um pouco para melhorar, daí nossa postura conservadora em relação à ALPA e nosso rating de Venda.

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