Banco central da China mantém taxas de juros após medidas de estímulo ao consumo
Taxa de juros de referência para empréstimos de 1 ano seguiu em 3,55% e, para empréstimos de 5 anos, em 4,20%, informou o Banco do Povo
20/07/2023O Banco do Povo da China (PBoC, o banco central chinês) manteve suas principais taxas de juros inalteradas. A instituição informou que a taxa de juros de referência para empréstimos (LPR, na sigla em inglês) de 1 ano seguiu em 3,55% e que a taxa para empréstimos de 5 anos continuou em 4,20%. Na decisão anterior, em junho, a autoridade chinesa havia cortado as taxas pela primeira vez em 10 meses, passando a taxa de 1 ano de 3,65% para 3,55% e a de 5 anos, de 4,30% para 4,20%.
As bolsas asiáticas fecharam em baixa após o anúncio da decisão do PBoC. Nikkei caiu 1,23% em Tóquio, a 32.490,52 pontos, em um possível ajuste antes da publicação de novos dados da inflação ao consumidor (CPI) do Japão, enquanto o Hang Seng recuou 0,13% em Hong Kong, a 18.928,02 pontos, e o sul-coreano Kospi teve perda de 0,31% em Seul, a 2.600,23 pontos. Na China continental, o Xangai Composto registrou queda de 0,92%, a 3.169,52 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto mostrou baixa de 1,05%, a 2.015,65 pontos. Exceção na Ásia, o Taiex apresentou modesto ganho de 0,28% em Taiwan, a 17.164,89 pontos.
Saiba mais
- Safra Faraday Ações reúne cotas dos melhores fundos de investimento do mercado
- Entenda a perspectiva positiva da renda variável no segundo semestre
- Como operar na bolsa de valores com a segurança da Safra Corretora
A decisão do banco central chinês foi anunciada poucos dias depois da manutenção dos juros secundários igualmente intocados, embora a segunda maior economia do mundo siga desacelerando. No mês passado, o PBoC havia reduzido todas as suas taxas em 10 pontos-base.
No começo da semana, Pequim revelou que o Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 0,8% no segundo trimestre, perdendo força ante o avanço de 2,2% do primeiro trimestre. Em relação a igual período do ano passado, o PIB chinês teve expansão de 6,3% entre abril e junho, mas bem abaixo da expectativa e graças a uma base de comparação fraca.
Embora tenha mantido juros, a China vem buscando estimular sua economia por outros meios. Nos últimos dias, o governo chinês prometeu ampliar o apoio a empresas privadas e adotar medidas para incentivar o consumo.
Na última terça-feira, 18, o governo chinês anunciou uma série de medidas para estimular o consumo de bens e serviços, um dia após a segunda maior economia do mundo decepcionar com crescimento menor do que o esperado no último trimestre.
O Ministério de Comércio chinês detalhou 11 medidas sobre como empresas serão incentivadas a desenvolver plataformas online para a prestação de serviços ao consumidor, como governos locais deverão intensificar reformas de casas antigas e como instituições financeiras devem ampliar o volume de crédito para o consumo das famílias.
Em relatório, o Commerzbank analisou que os dados devem fazer com que o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) intensifique seus esforços de estímulos. Contudo, as medidas provavelmente serão direcionadas “devido ao estresse fiscal que os governos locais estão enfrentando”, alertou o banco.
A fraqueza na recuperação da China levanta preocupações sobre a demanda global, tendo em vista que o país é a segunda maior economia do planeta e o maior importador de commodities. (AE)