Com sinais de desaceleração, China mantém juros inalterados
Vendas do varejo e produção industrial desaceleram após restrições impostas para combater a covid, e Banco do Povo da China mantém juros
16/05/2022O Banco do Povo da China (PBoC, o banco central chinês) decidiu deixar algumas de suas principais taxas de juros inalteradas nesta segunda-feira, 16, apesar de novos sinais de desaceleração da segunda maior economia do mundo em meio aos esforços do governo chinês para conter a atual onda de covid-19 no país.
Em breve comunicado, o PBoC informou que injetou no sistema financeiro 100 bilhões de yuans (cerca de US$ 14,7 bilhões) em liquidez por meio de sua linha de crédito de médio prazo a uma taxa de juros de 2,85%, a mesma da operação anterior.
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O PBoC também injetou 10 bilhões de yuans por meio de acordos de recompra reversa de sete dias, cobrando juro de 2,1%, também o mesmo da última operação.
Isso significa que o BC chinês provavelmente manterá inalteradas este mês as taxas de juros de referência para empréstimos, as chamadas LPRs, que são baseadas nas taxas do crédito de médio prazo.
Por outro lado, o PBoC reduziu o limite mínimo de taxas de hipoteca para compradores do primeiro imóvel em até 20 pontos-base, em nova tentativa de reavivar o setor imobiliário chinês.
Economia da China tem retração após restrições impostas para combater surto de covid
As vendas no varejo na China recuaram 11,1% na comparação anual de abril, informou nesta segunda-feira o Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, pela sigla em inglês). A contração superou a expectativa de economistas consultados pelo The Wall Street Journal, que esperavam queda de 5,4%. O resultado também foi pior do que o apurado em março, negativo em 3,5%.
A produção industrial da China também caiu em abril, com recuo de 2,9% na comparação anual. O dado foi inferior ao crescimento de 1,0% previsto pelo mercado e à expansão de 5,0% vista em março.
Por sua vez, o investimento em ativos fixos aumentou 6,8% no período de janeiro a abril, desacelerando em relação ao ritmo de 9,3% registrado no primeiro trimestre. Economistas esperavam alta de 7,2% no critério na comparação interanual.
Por fim, o desemprego urbano subiu para 6,1%, um pouco abaixo da alta histórica de 6,2% registrada em fevereiro de 2020, quando a economia do país foi atingida pelos surtos iniciais de Covid-19.
Bolsas da Ásia
As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta segunda-feira, 16, após a China revelar mais dados econômicos fracos resultantes de medidas contra a covid-19.
As perdas nos mercados da China continental, porém, forem contidas, um dia após a cidade de Xangai anunciar o relaxamento de restrições contra a covid-19, com a reabertura de supermercados, centros comerciais e restaurantes, ainda que de forma limitada. O índice Xangai Composto recuou 0,34%, a 3.073,75 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto caiu 0,28%, a 1.926,01 pontos.
Em outras partes da Ásia, o sul-coreano Kospi teve queda de 0,29% em Seul, a 2.596,58 pontos, mas o japonês Nikkei subiu 0,45% em Tóquio, a 26.547,05 pontos, o Hang Seng avançou 0,26% em Hong Kong, a 19.950,21 pontos, e o Taiex registrou ganho de 0,43% em Taiwan, a 15.901,04 pontos. Na Oceania, a bolsa australiana ficou no azul, com alta de 0,25% do S&P/ASX 200 em Sydney, a 7.093,00 pontos. (AE)