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Clima derruba lucro da Vale, apesar da alta do preço do minério

Produção de minério de ferro da Vale foi prejudicada pelas chuvas e o lucro da empresa caiu 24% no trimestre em relação ao ano passado

Vale

Com os resultados do trimestre, instituições financeiras já começaram a revisar suas estimativas para o balanço da Vale no ano | /foto: Getty Images

As intensas chuvas no início do ano causaram queda de 24% no lucro líquido da Vale no primeiro trimestre em relação ao ano passado, totalizando R$ 23 bilhões. O resultado mais fraco por parcialmente compensado com o preço do minério de ferro, cuja valorização ganhou ainda mais tração com a guerra da Rússia contra a Ucrânia. Em dólares, o ganho da mineradora no período foi de US$ 4,46 bilhões, abaixo das expectativas dos analistas.

Já a receita líquida da mineradora somou US$ 10,8 bilhões no período, com recuo de 14% na comparação anual, conforme balanço divulgado nesta quarta-feira, 27. Ganhos menores no início do ano já tinham sido previstos pelos analistas que acompanham a empresa. Oficialmente, a Vale divulga seus dados financeiros em dólar, visto que o faturamento da companhia é majoritariamente na moeda.

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O presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, admitiu o resultado abaixo do esperado por conta de um contexto mais desafiador. “Aproveitamos os volumes sazonalmente menores para realizar atividades de manutenção que nos levarão a operações mais seguras e produção sólida à frente”, afirmou, em documento que acompanha o demonstrativo entregue à Comissão de Valores Imobiliários (CVM).

No primeiro trimestre do ano o preço do minério de ferro, seu produto carro-chefe, foi negociado pela empresa, na média, por US$ 141,40 a tonelada, ante US$ 107,20 a tonelada no último trimestre do ano passado. No primeiro trimestre do ano passado, contudo, os preços estavam ainda mais elevados, em US$ 157,20 a tonelada.

Efeitos das chuvas na produção e nos resultados da Vale

Com os efeitos do clima, a produção de minério de ferro pela Vale no intervalo entre janeiro e março atingiu 63,9 milhões de toneladas, queda de 6% em relação ao igual período do ano passado.

Em relação ao trimestre imediatamente anterior, houve queda de 22,5% no volume produzido. Esse efeito foi resultado da interrupção de quatro dias da Estrada de Ferro de Carajás, atrasos de licenciamento na Serra Norte e a piora da relação entre estéril e minério no mina S11D, em Canaã dos Carajás, no Pará.

Com o volume de produção e venda no início do ano, instituições financeiras já começaram a revisar suas estimativas para o ano. O JPMorgan, por exemplo, reduziu a estimativa que tinha para as vendas de minério de ferro da Vale neste ano, de 320 milhões de toneladas para 315 milhões de toneladas. A projeção oficial da Vale, divulgada no fim do ano passado, era de um volume entre 320 milhões de toneladas e 335 milhões de toneladas. (AE)

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