CNI eleva estimativa de crescimento do PIB de 0,9% para 1,4% em 2022
A entidade também revisou as projeções de inflação medida pelo IPCA para o ano, de 6,3% para 7,6%; Selic deverá ficar em 13,75% em 2022
08/07/2022A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou a estimativa de Produto Interno Bruto (PIB) para este ano. Pelos novos números da entidade, o crescimento da economia será de 1,4%. Em abril, a estimativa era de um aumento de 0,9% do PIB.
Segundo a CNI, a estimativa atual se aproxima da previsão de alta de 1,2% feita em dezembro de 2021, antes da guerra na Ucrânia e do agravamento da pandemia de covid-19 na China, que pressionaram preços e adiaram as expectativas de normalização das cadeias globais de produção.
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A entidade informou que o bom desempenho do primeiro semestre, com melhoria no mercado de trabalho e o aumento da demanda do setor de serviços, foi a razão para esta nova estimativa.
O gerente-executivo de economia da CNI, Mário Sérgio Telles, disse que o setor de serviços surpreendeu positivamente no primeiro trimestre. A indústria registrou altas moderadas da produção ao longo do primeiro trimestre, pouco acima do previsto, com maior dinamismo em setores ligados a commodities.
“Os dados do segundo trimestre disponíveis até o momento permitem esperar continuidade desse bom desempenho”, disse o economista.
Segundo a CNI, uma série de impulsos ajudam a explicar o desempenho favorável da atividade econômica na primeira metade de 2022.
A recuperação do mercado de trabalho segue firme, com o emprego em elevação desde 2020, totalizando 97,5 milhões de pessoas ocupadas, maior ocupação desde o início da série, em 2012. O rendimento médio real também vem crescendo, a despeito da inflação elevada.
“Revisamos nossa expectativa de taxa de desemprego média no ano, de 12,9% para 10,8%, e o crescimento da massa salarial real, de 1,4% para 1,6%”, afirmou o economista.
A CNI também revisou as projeções de inflação para o ano. Pela nova estimativa o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2022, deverá ser 7,6% ao ano, antes a perspectiva era de 6,3%.
O novo percentual, segundo a CNI, considerou o impacto da redução do ICMS de combustíveis (gasolina, diesel e etanol), energia elétrica, telecomunicações e transporte coletivo.
Em razão disso, a taxa referencial de juros (Selic) foi elevada para além de das expectativas do primeiro trimestre, com a perspectiva de mais uma elevação em agosto, que levaria a taxa para 13,75% ao ano até o fim de 2022.