Com preço do alumínio em alta, CBA reverte prejuízo
Companhia lucrou R$ 838 milhões no ano passado, com recorde no último trimestre graças ao aumento considerável no preço do alumínio
16/03/2022Com alta dos preços do alumínio, a CBA reverteu prejuízo no ano passado. Segundo o presidente da companhia, Ricardo de Carvalho, o quarto trimestre foi o melhor para a fabricante de produtos de alumínio, com recorde em todos os indicadores.
Em 2021 a CBA lucrou R$ 838 milhões, após registrar perdas de R$ 800 milhões em 2020. De outubro a dezembro, a companhia apurou lucro líquido de R$ 615 milhões. No quarto trimestre de 2020, o prejuízo foi de R$ 498 milhões.
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“Globalmente, vimos aumento considerável do preço do alumínio no mercado internacional, que chegou a US$ 2,782 mil por tonelada, 44% acima do quarto trimestre de 2020”, disse Carvalho. “O trimestre foi marcado por resultados históricos para a CBA.”
A receita da companhia evoluiu 56% no ano, alcançando R$ 8,42 bilhões e outros 54% no último trimestre, com R$ 2,41 bilhões. O volume de vendas, porém, cresceu 3% de outubro a dezembro, para 122 mil toneladas. No ano, a alta foi de 10%, chegando a 485 mil toneladas.
Carvalho ressaltou que as vendas da companhia são voltadas prioritariamente para o mercado interno mas, os preços são ditados pelo mercado internacional. “Tivemos uma dinâmica positiva no mundo, com menos oferta e uma demanda que firme no mundo, o que influencia os preços do alumínio”, disse. “2021 fechou com um déficit de 1 milhão de tonelada no mundo, e este ano deve ser maior.”
Consumo de alumínio no Brasil deve se manter estável este ano
Com isso, segundo Carvalho, o consumo no mercado brasileiro deve se manter estável este ano, apesar do recuo estimado para alguns setores como o de construção civil. “Em 2021, as vendas internas de alumínio cresceram 12%, segundo a Abal (Associação Brasileira do Alumínio) e deve se manter assim este ano.”
Carvalho, afirmou, também que a companhia pode exportar produtos de maior valor agregado caso se tenha oportunidade no mercado. Segundo ele, a CBA tem flexibilidade de produção e pode reprogramar a sua operação.
“Oportunisticamente, tendo capacidade instalada, podemos exportar. Hoje, já vendemos folhas finas de alumínio para os Estados Unidos e Europa”, disse o diretor de relações com investidores e financeiro, Luciano Alves. “Historicamente, exportamos de 10% a 11% da nossa produção, boa parte disso para os Estados Unidos. Temos parcerias importantes, mas não é a nossa estratégia.”
A CBA tem uma capacidade de produção de 350 mil toneladas de alumínio por ano e mais 100 mil toneladas de sucata. A companhia deve adicionar mais 30 mil toneladas até o fim de 2022 e outras 50 mil toneladas em 2025.