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Como fica o Pix após mudanças para conter golpes

Para conter onda de crimes associados às facilidades dos meios de pagamento eletrônicos, Banco Central anunciou conjunto de medidas de segurança

Pix na telado celular

No ano passado, o Pix foi o meio de pagamento mais utilizado no Brasil, segundo levantamento da Federação Brasileira de Bancos | Foto: Agência Brasil

O aumento de casos de sequestros relâmpago e de golpes financeiros relacionados ao Pix fez o Banco Central anunciar medidas de segurança no sistema instantâneo de pagamentos. As alterações também afetam outras modalidades de pagamento eletrônico, como a Transferência Eletrônica Disponível (TED), cartões de débito e transferências entre contas de um mesmo banco.

Na mudança mais importante, o limite de transferências entre pessoas físicas, inclusive microempreendedores individuais (MEI), cairá para R$ 1 mil entre 20h e 6h.

O novo limite vale tanto para o Pix como para a liquidação de TEDs, para cartões de débito e para transferências intrabancárias.

Confira as principais mudanças contra os golpes com Pix e TED

  • O BC decidiu impedir o aumento instantâneo de limites de transações com meios de pagamento por meios eletrônicos. Agora, as instituições terão prazo mínimo de 24 horas e máximo de 48 horas para efetivarem o pedido do correntista se feito por canal digital. A medida abrange tanto o Pix, como a TED, o Documento de Ordem de Crédito (DOC), as transferências intrabancárias, cartões de débito e boletos.
  • As instituições financeiras vão oferecer aos clientes a possibilidade de definir limites distintos de movimentação no Pix durante o dia e a noite, permitindo limites mais baixos no período noturno. O cliente também poderá fazer o cadastramento prévio de contas que poderão receber Pix acima dos limites estabelecidos, mantendo os limites baixos para as demais transações.
  • O Pix poderá ficar retido por 30 minutos durante o dia ou por 60 minutos durante a noite para a análise de risco da operação, e o usuário será informado sobre a retenção;
  • As instituições financeiras deverão compartilhar com autoridades de segurança pública, as informações sobre transações suspeitas de envolvimento com atividades criminosas;
  • As instituições deverão adotar controles adicionais contra fraudes, e informar o Comitê de Auditoria e o Conselho de Administração ou Diretoria Executiva, e manter à disposição do Banco Central as informações;
  • O histórico comportamental e de crédito deverá passar a ser exigido para que empresas possam antecipar recebíveis de cartões com pagamento no mesmo dia, reduzindo a ocorrência de fraudes.

Prevenção de crimes

Para o BC, os mecanismos de segurança presentes no Pix e nos demais meios de pagamento não são capazes de eliminar por completo a exposição de seus usuários a riscos.

No entanto, o trabalho conjunto do Banco Central, das instituições reguladas, das forças de segurança pública e dos próprios usuários permitirá reduzir a ocorrência de prejuízos.

As mudanças são uma reivindicação dos bancos. Diversas instituições financeiras pediram ao Banco Central o endurecimento de regras do Pix para dificultar a ação de criminosos.

Desde março, os limites do Pix estavam igualados aos das transferências eletrônicas. Em abril, os usuários passaram a poder personalizar os limites no aplicativo das instituições financeiras.

Apesar da praticidade, as mudanças aumentaram os casos de fraudes, de roubos e de sequestros relâmpago relacionados ao Pix. Criminosos aproveitavam da rapidez das transferências instantâneas para aplicarem golpes ou forçarem vítimas a transferir elevadas quantias durante a noite para a conta de laranjas.

O dinheiro era, em seguida, pulverizado para outras contas, dificultando o rastreamento pelas instituições financeiras e pelas forças de segurança.

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