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Credit Suisse vai pegar empréstimo de US$ 53,7 bilhões para evitar crise de liquidez

Depois de ver suas ações caírem quase 30%, Credit Suisse anuncia que vai tomar linha de liquidez adicional oferecida pelo Banco Nacional da Suíça

Credit Suisse

O Credit informou que vai comprar de detentores uma parcela de sua dívida em oferta que expira em 22 de março | Foto: Getty Images

O Credit Suisse anunciou a intenção de acessar uma linha de liquidez adicional fornecida à instituição pelo Banco Nacional da Suíça (SNB, o banco central do país) no valor de até 50 bilhões de francos suíços, ou US$ 53,7 bilhões (R$ 285 bilhões). O empréstimo foi anunciado por meio de comunicado divulgado na noite da quarta-feira, 15, no horário de Brasília.

Segundo o Credit Suisse, esse reforço de liquidez dará suporte aos principais negócios e clientes do banco, à medida que a instituição toma medidas necessárias para criar um “banco mais simples e focado nas necessidades do cliente”. O Credit informou que vai comprar de detentores uma parcela de sua dívida, em uma oferta que expira em 22 de março. Uma parte serão de títulos emitidos em dólar, no valor de até US$ 2,5 bilhões, e outra, de papéis emitidos em euros, no montante de até 500 milhões de euros.

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“Essas medidas demonstram uma ação decisiva para fortalecer o Credit Suisse à medida que continuamos nossa transformação estratégica para agregar valor aos nossos clientes e outras partes interessadas. Agradecemos ao SNB e à FINMA [principal autoridade de supervisão financeira do país] enquanto executamos nossa transformação estratégica. Minha equipe e eu estamos decididos a avançar rapidamente para oferecer um banco mais simples e mais focado, construído em torno das necessidades do cliente”, escreveu o CEO do Credit, Ulrich Koerner.

Credit Suisse enfrenta risco de crise de liquidez

Mercado teve um dia de tensão na quarta-feira, frente à possibilidade de o Credit Suisse enfrentar uma crise de liquidez, que poderia contaminar o sistema financeiro internacional.  ações do banco chegaram a perder 30% de seu valor depois que o seu principal acionista, o Saudi National Bank (SNB), descartou a hipótese de oferecer mais ajuda à instituição, que enfrenta sérias dificuldades desde o ano passado.

As perdas nas bolsas ao redor do mundo, que recuaram frente às notícias no banco, foram amenizadas no fim do dia depois de o SNB e a principal autoridade de supervisão financeira do país (FINMA, na sigla em inglês) afirmarem que o Credit Suisse atende às exigências de capital e liquidez impostas aos bancos considerados “sistematicamente importantes”. O SNB havia se disposto, então, a fornecer liquidez ao Credit, em caso de necessidade.

Bolsas da Europa se recuperam

As bolsas europeias abriram em alta na manhã desta quinta-feira, à medida que ações de bancos da região se recuperam parcialmente dos tombos de ontem após o Credit Suisse aceitar tomar ajuda financeira do banco central suíço. Investidores também aguardam decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que no mês passado sinalizou a intenção de elevar seus juros em mais 50 pontos-base.

Por volta das 7 horas (de Brasília), o índice pan-europeu Stoxx 600 avançava 0,34%, a 437,94 pontos, enquanto apenas o subíndice de bancos exibia ganho mais expressivo, de 1,36%.

Em Zurique, a ação do Credit Suisse saltava 21,4% no horário acima, após a instituição financeira dizer ontem à noite que irá tomar empréstimos de uma linha de liquidez adicional oferecida pelo BC da Suíça, no valor de até 50 bilhões de francos suíços.

Entre outros gigantes bancários da Europa, o papel do Deutsche Bank subia 1,14% em Frankfurt, o do HSBC avançava 2,26% em Londres e o do BNP Paribas tinha alta de 1,38% em Paris.

Ontem, a ação do Credit chegou a despencar mais de 30%, renovando mínimas históricas, após seu principal acionista, o Saudi National Bank, descartar a possibilidade de oferecer mais ajuda ao problemático banco suíço. O episódio realimentou temores sobre uma possível crise no setor financeiro, poucos dias após a quebra de dois bancos regionais nos EUA, o Silicon Valley Bank (SVB) e o Signature Bank. (AE)

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