Crédito privado: mercado espera expansão de oportunidades em 2024

O 44° Congresso Brasileiro de Previdência Privada (CBPP), maior evento mundial do setor, reuniu mais de 4 mil participantes entre os dias 18 a 20 de outubro, em São Paulo. Entre os temas de destaque, o crescimento do mercado de crédito privado foi citado como exemplo de novas oportunidades de investimento no cenário de queda dos juros e crescimento da economia.

O Vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, abriu o evento organizado pela Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp) destacando que os fundos de pensão, por seu papel previdenciário e investidor, são um importante fator em defesa da justiça social, do emprego, da renda e da proteção do trabalhador na aposentadoria. Ele lembrou que o setor é responsável pela gestão de ativos da ordem de R$ 1,3 trilhão, que representa uma poupança de longo prazo, que investe nas empresas e projetos que impulsionam a economia.

Segundo o Diretor-Presidente da Abrapp, Jarbas Antonio de Biagi, os debates mostraram que os fundos de pensão brasileiros buscam se reinventar como reação às transformações da economia. “Construímos um sistema para proteger o trabalhador e seus familiares, o que nos motiva é o esforço para incluirmos cada vez mais brasileiros no sistema”.

Especialistas do Banco Safra destacam cenário de investimentos em crédito privado

O cenário atual, desafios e projeções para o mercado de crédito privado em 2024 foram tema de uma palestra de dois especialistas do Safra. Para o próximo ano, espera-se oportunidades geradas pela redução da taxa de juros e mudanças nas definições das políticas tributárias no Brasil.

Segundo a avaliação de Bruno Bonini, Head Comercial e de Produtos do Banco Safra, e de André Fadul, Head da Gestão de Crédito Privado do Banco Safra, o atual ciclo de queda de juros fortalece a alternativa de investimento na estratégia de renda fixa crédito privado.

“As principais emissões estão voltando, mas ainda não da maneira que ainda esperamos”, observou Fadul. “Hoje, há um cenário construtivo no mercado primário, em que o investidor compra diretamente do emissor, muito oportuno para empresas com rating AAA”.

Bonini destacou a expertise do Safra no mercado primário e a importância da responsabilidade na alocação, já que em algumas ocasiões as oportunidades surgem muito rapidamente. Além disso, ele reforça a importância da diversificação de títulos em um único produto, diluindo o risco da carteira.

Diversificação é importante nos investimentos em crédito privado

Os produtos de crédito privado da Safra Asset adotam essa diversificação, segundo ele, que citou a família Capital Market, com 18 anos de histórico e uma carteira diversificada em setores, principalmente com ativos bancários e corporativos.

“A seleção conta com empresas com demonstrações financeiras sólidas e avaliadas pela equipe de especialistas da Safra Asset”, explica o Head de Gestão Comercial e Produtos. A estratégia entrega para o cliente a diversificação junto com uma alta liquidez, se adequando ao prazo de resgate em D+0.

Para Fadul, há três fatores principais para observar no mercado de crédito privado em 2024: menos volatilidade, acomodação de passivos e expansão de emissores no mercado de capital.

“Retornos com menor volatilidade possibilitam prêmios livres de risco da melhor maneira possível. Em 2024, com o amadurecimento de mercado, a estratégia em crédito privado se torna mais atraente”, complementa o gestor, alinhando a perspectiva ao corte de juros já iniciada em 2023.

“Veremos oportunidades diferenciadas em 2024, e deveremos ter um dos melhores anos do crédito privado, não só por prêmio, mas também por menor volatilidade. É uma alocação cada vez
mais obrigatória em portfólios de investimento”.

Saneamento está entre os setores de destaque em 2024

Na visão setorial, o Head de Gestão de Crédito Privado do Safra destaca a área de saneamento, que desde 2018 tem mais emissores e viveu um crescimento importante em 2023.

“Outros setores, como o elétrico, tem um apelo muito grande, e tivemos boas oportunidades no setor de varejo, mesmo com o momento macroeconômico desafiador”.

Fadul lembrou fatores importantes na análise setorial: “A análise é cíclica e pode mudar, exige um olhar crítico não só em setores, mas em companhias, para identificar as melhores oportunidades em cada setor para diversificar os investimentos”.

Bonini citou uma tese do mercado de que parte dos investimentos em Fundos Exclusivos Pessoa Física, que devem ser tributados, devem migrar para crédito privado isento – especialmente Debentures de Infraestrutura, como CRIs e CRAs. Isso levaria um fluxo extra de recursos para produtos de Renda Fixa isentos.

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