Amazônia é alvo de preocupação em Davos
Necessidade de ações sustentáveis conjuntas entre setores público e privado para a preservação da floresta estão em debate
28/01/2021A mensagem deixada pelos debates no Fórum Econômico de Davos deste ano é a de que uma economia verde e a conservação da Amazônia dependem de ação conjunta dos setores privado e público.
A importância dessa sinergia para promover a economia verde e a proteção à Amazônia foi destacada por diversos líderes durante o fórum, que este ano tem encontros e palestras virtuais, devido à pandemia.
O presidente da Natura, Roberto Marques, defendeu a atuação combinada entre empresas e governos como um passo crucial.
A empresa atua na Amazônia há mais de 20 anos em conjunto com comunidades locais, preservando a região.
“É crucial que companhias e governos sejam capazes de atuar em conjunto para alcançar objetivos como emissões líquidas zero de gases de efeito estufa”, disse Marques.
O presidente da Colômbia, Ivan Duque, reforçou a mensagem de maior integração entre o privado e o público para desenvolver a Região Amazônica.
Ele reafirmou a necessidade de incorporar comunidades locais nas atividades de geração de renda e novas tecnologias para proteção da área.
Para o comissário para o Ambiente, Oceanos e Pescas da, Comissão Europeia, Virginijus Sinkevicius, já há uma mudança em curso com o engajamento de grandes companhias para a construção de uma economia verde.
Desperdício de alimentos e fome
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, focou sua fala em inovação e tecnologia no setor de agronegócio. Na mesma sessão, o cientista, ambientalista e administrador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Achim Steiner, alertou para o desperdício no setor enquanto o mundo ainda luta para erradicar a fome.
“Não podemos conceber um sistema que perde de 30% a 40% de tudo o que produz. Isso é uma tragédia. É uma tragédia ecológica e algo que deve motivar todos a mudar”, disse Steiner.
Do lado do Brasil, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), participou do painel “Financiando a transição da Amazônia para uma bioeconomia sustentável”.
Há algum tempo, o governo federal vem recebendo um puxão de orelha internacional quando o assunto é Amazônia. Mourão tentou melhorar a imagem do país. “Está claro para nós que, sem parceiros públicos e privados, não seremos capazes de atingir nossa meta principal de preservar a região”, disse Mourão.
Em meio a críticas de investidores e líderes internacionais, Mourão, que é presidente do Conselho da Amazônia, aproveitou a plateia global de Davos para pedir apoio externo.
O Fórum de Davos pode ser acompanhado ao vivo pelo site oficial do Fórum Econômico Mundial. (Com AE)