Defesa e Relações Exteriores têm troca de comando

Dois ministros deixaram seus cargos nesta segunda-feira, 29. O embaixador Ernesto Araújo deixou o Ministério das Relações Exteriores, e o general Fernando Azevedo e Silva deixou o Ministério da Defesa.

Ernesto Araújo se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro pela manhã e entregou oc argo, diante de pressões de parlamentares e acusações de ter prejucidado as relações com a China, o que teria prejudicado a obtenção de vacinas.

O presidente Jair Bolsonaro pediu o cargo do ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva. O motivo seria a resistência do general em garantir alinhamento automático e apoio das Forças Armadas a posições do presidente que caracterizariam o envolvimento direto dos militares com a política.

A crise agravou-se com o desempenho do general Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde. Segundo o jornal O Estado de São Paulo, a situação se deteriorou quando Bolsonaro disse que o “meu Exército” não iria para as ruas “obrigar o povo a ficar em casa”.

No domingo, a gota d’água foi uma entrevista do chefe do Departamento Geral de Pessoal do Exército, general Paulo Sérgio, ao jornal Correio Braziliense, comparando as ações efetivas do Exército na pandemia ao desastre produzido por Bolsonaro. O índice de letalidade por covid na população é de 2,5%, no Exército fica em 0,13%.

Na expectativa do Planalto, a Defesa e o Comando do Exército deveriam ter tomado alguma atitude, repreendido de alguma forma o general, que, inclusive, defendera a Organização Mundial da Saúde (OMS), o isolamento social, o home office, as máscaras e as vacinas, sem uma única manifestação de aprovação ao uso da cloroquina ou do “tratamento precoce” propagandeado pelo presidente.