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Despesas e negócio fixo pesam no resultado da Telefônica

Maior empresa de telecomunicações do país, a Telefônica Brasil (VIVT3) tem recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 57 por ação

Telefonica

A Telefônica informou que ainda está observando o perfil dos clientes móveis da Oi para se adequar aos seus critérios de desconexão | Foto: Getty Images

A Telefônica Brasil (VIVT3) apresentou resultados medíocres no segundo trimestre de 2022, com forte receita de serviço móvel que foi ofuscado pela desaceleração na evolução das receitas fixas e maiores despesas operacionais, o que levou a margem EBITDA recorrente a diminuir cerca de 100bps na comparação anual (apesar da contribuição positiva do EBITDA da Oi).

A Receita Líquida Total ficou em linha com nossas estimativas, em R$ 11,831 bilhões, aumento de 11% no ano e de 4% no trimestre, com receita core crescendo 15% no ano, enquanto a receita nãocore caiu 17% na comparação anual.

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Desagregando o segmento core, a receita de serviço móvel cresceu 15,1% no ano (aumento de 9,4% excluindo a incorporação de ativos da Oi) e 1% acima da nossa previsão, com o segmento pós-pago crescendo 14,4% no ano, impulsionado por preços e expansão da base.

A receita do pré-pago também foi positiva, crescendo 18,3% no ano, ainda refletindo o aumento da base de clientes oriundos da Oi e a recorrência de recargas. As vendas de aparelhos também foram fortes (aumento de 26% no ano contra ano), o que contribuiu para a diluição da margem.

O ARPU consolidado foi de R$ 25,0 (queda de 6,7% na comparação anual), devido à diluição do menor ARPU da base de clientes da OI. As adições líquidas móveis no trimestre foram de 13,9 milhões (ou 1,4 milhão ex-clientes da OI).

A Telefônica informou que ainda está observando o perfil dos clientes móveis da Oi para se adequar aos seus critérios de desconexão, o que pode desencadear uma limpeza no futuro.

Receita da Telefônica frustra expectativas

A receita fixa total da Telefônica ficou abaixo das expectativas do Banco Safra em queda de 2,2% e desacelerou sequencialmente (queda de 1,3% no trimestre), devido a uma desaceleração no crescimento de fibra (aumento de 23,7% no ano) e linhas corporativas de dados e TI (12,9% na comparação anual), apesar de ainda em alto nível.

A receita non-core do negócio legado continua a diminuir (queda de 17% no ano, mesmo nível do trimestre anterior). Do lado dos custos, os custos operacionais recorrentes da Telefônica (ex- depreciação e amortização) cresceram 12,9% no ano, 1% acima da nossa estimativa e ligeiramente acima da inflação do período (de 11,9%).

Em relação aos custos diretamente relacionados à geração de receita, o custo dos serviços cresceu 16% no ano, devido à maior receita de serviços digitais e vendas de aparelhos no período.

O setor de despesas com pessoal (com aumento de 20% no ano) foi a linha mais pressionada, devido a reajustes salariais, novas contratações e provisões para remuneração variável, seguida por gerais e administrativas, que aumentou 12% no ano devido a maiores serviços de terceiros e despesas comerciais e de infraestrutura, alta de 7% no período.

Do lado positivo, o Banco Safra destaca também a menor provisão para devedores duvidosos, com queda de 9% na comparação anual, refletindo as melhorias na pontuação de crédito da Telefônica.

Os esforços da Telefônica na expansão da fibra, fortalecimento de sua rede móvel, ativação 5G e incorporação dos acessos móveis da Oi levaram os investimentos totais no trimestre a R$ 2,575 bilhões, representando 21,8% de sua receita líquida.

A geração de Fluxo de Caixa Livre recorrente (após pagamentos de leasing) foi de R$ 2,157 bilhões no trimestre (aumento de 15,5% na comparação anual).

A Telefônica Brasil encerrou o segundo trimestre de 2022 com uma dívida líquida (incluindo passivos de leasing) de R$ 13,2 bilhões, representando apenas 0,7x EBITDA2022e.

O Banco Safra acredita que os resultados foram “medíocres”, uma vez que o forte desempenho das receitas de serviço móvel foi ofuscado por alguns fatores como: desaceleração no crescimento da receita fixa, maior opex (reduzindo margens EBITDA) e resultado inferior mais fraco.

O Safra continua com a recomendação de compra, considerando o valuation atraente da Telefônica com EV/EBITDA 23e em 4,4x e distribuição de dividendos decente (rendimento de cerca de 7% para 2023).

Vale a pena investir em VIVT3?

  • Líder de mercado no mercado de telecomunicações, com estratégia orientada à qualidade, portfólio premium e bom mix de clientes.
  • A empresa vem apresentando resultados sólidos e positivos, surpreendendo na velocidade e no tamanho das sinergias com a GVT.
  • Fornece a maior geração de fluxo de caixa livre do setor, devido a uma combinação de alta lucratividade e menor investimento.
  • A empresa pode se beneficiar da mudança na regulamentação brasileira de telecomunicações.

Quais os riscos ao investir em VIVT3?

  • Como líder em clientes premium, a empresa geralmente cobra tarifas acima de seus concorrentes. Um risco seria a concorrência se tornar mais agressiva nos preços;
  • Outro seria a competição se tornar capaz de aumentar a percepção da proposta de valor/qualidade com os clientes, diminuindo essa vantagem competitiva da Telefônica.

Sobre a Telefônica Brasil (VIVT3)

A Telefônica Brasil S.A. é a maior empresa de telecomunicações do país, com atuação em âmbito nacional e com um portfólio de produtos completo e convergente (voz fixa e móvel, banda larga fixa e móvel, ultra banda larga, dados e serviços digitais, TV por assinatura e TI).

Com uma estratégia centrada em dados, a Telefônica Brasil possui uma base de ativos única e irreplicável, que contribui para a cobertura de 88,0% da população com rede 4G e presença em 3.100 cidades.

Além disso, a Telefônica Brasil conta com o lançamento acelerado de cidades com a rede 4,5G, mantendo a diferenciação de sua rede em relação aos principais competidores.

Listada na B3, as ações da empresa são negociadas sob o ticker VIVT3.

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