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Petrobras e balanço da Ambev afetam o Ibovespa; confira os destaques do dia

Bolsas na Europa e futuros nos EUA indicam dia negativo. O dia conta com uma bateria de dados econômicos, com destaque para o PIB do 4º trimestre no Brasil

Análise do dia pib

O Dólar Futuro apresentou leve alta de +0,05% no último pregão, cotado a 4.984,00 pontos | Foto: Getty Images

O Ibovespa apresentou queda de -0,87% no último pregão, cotado a 129.020,02 pontos. Mesmo com dados de inflação consensuais nos Estados Unidos, que permitiram recuo dos juros futuros, o índice caiu pressionado por Petrobras, bancos e Ambev, que reportou balanço abaixo das expectativas do mercado. Ainda assim, o índice registrou ganhos de 0,97% em fevereiro após recuar 4,79% em janeiro. O Dólar Futuro apresentou leve alta de +0,05% no último pregão, cotado a 4.984,00 pontos.

Análise Técnica:

O Ibovespa apresentou queda de -0,87% no último pregão, cotado a 129.020,02 pontos. O ativo está em tendência neutra no médio e no curto prazo. Na alta, a primeira resistência fica em 131.500 pontos e a segunda em 134.300. Do lado da baixa, o primeiro suporte se encontra na região de 126.500. O próximo fica na faixa de 122.600 pontos.

O Dólar Futuro apresentou leve alta de +0,05% no último pregão, cotado a 4.984,00 pontos. O ativo se encontra em tendência neutra no médio e no curto prazo. Do lado da baixa, o primeiro suporte fica na região de 4.860 pontos. Se perder esse patamar, poderá alcançar o suporte seguinte em 4.720. Já do lado da alta, a primeira resistência do contrato fica na região de 5.035 e a segunda em 5.145.

Exterior:

Bolsas na Europa e futuros nos EUA indicam dia negativo. O dia conta com uma bateria de dados econômicos, com destaque para dados de atividade na indústria, gastos com construção e de sentimento da Universidade de Michigan. Ontem, PCE ficou em linha com as expectativas e trouxe alívio para o mercado americano. Na parte da noite, dado da indústria na china mostrou contração pelo quinto mês consecutivo em fevereiro. CPI de fevereiro da Zona do Euro registrou alta de 0,6% na comparação mensal, confirmou as expectativas, mas apresentou aceleração em comparação com o último dado.

Doméstico:

PIB do 4T23 é destaque da agenda local, a expectativa de consenso de mercado Bloomberg aponta para uma alta de 2,2% na comparação anual.

Commodities:

Petróleo apresenta baixa (USD82,9/b; -0,87%)
Minério de ferro registrou queda com piora na atividade nas fábricas chinesas (USD114,3/t; -1,88%)

Empresas:

Petróleo & Gás: Refinarias privadas vão quebrar com mudança na política de preços da Petrobras, diz associação do setor: Estado
Casas Bahia: Cia alonga perfil de R$ 1,5 bi em dívidas
MRV: Prejuízo líquido 4T R$105,0 mi, est. prejuízo R$3,2 mi
IRB Brasil: Lucro líquido frustra estimativas

Agenda do Dia:

09:00 – Brasil – PIB/4T23
10:00 – Brasil – PMI Manufatura/Fevereiro
11:45 – EUA – PMI Manufatura/Fevereiro
12:00 – EUA – Sentimento da Universidade de Michigan/Fevereiro
12:00 – EUA – Gastos com construção/Janeiro
12:00 – EUA – ISM Manufatura/Fevereiro

Fechamento dia anterior

Ibovespa: 129.020 (-0,87%)
S&P: 5.096 (+0,52%)
Dólar Futuro: R$4,98 (+0,05%)

Atualizações Safra:

Ecorodovias: Acelerando por novas estradas; atualizando o modelo e aumentando o preço-alvo

Estamos atualizando nossas estimativas para a Ecorodovias (ECOR3) e introduzindo nosso novo preço-alvo de 12 meses de R$12,90/ação (de R$7,20/ação para o 2023), implicando um potencial de alta de 41%, o que nos leva a manter nossa recomendação de Compra para as ações da empresa. Revisamos nosso modelo de valuation incorporando seus últimos resultados, premissas macroeconômicas atualizadas e vários eventos que devem afetar seus resultados a partir de 2024, dos quais destacamos: (i) melhora nos volumes com o recente início da cobrança de pedágio para eixos suspensos de caminhões não vazios; (ii) término do contrato de concessão da ECO101 em junho de 2024; (iii) ajustes tarifários devido ao reequilíbrio dos contratos de concessão da relacionados a perdas durante a pandemia de Covid-19 na Ecovias dos Imigrantes e ajustes que foram previamente adiados na Ecopistas e na Ecosul. Com base em nossas novas estimativas, a Ecorodovias está sendo negociada atualmente a uma TIR de 11,0% (alavancada em reais), contra 8,5% da CCR, 9,2% da Rumo e 532 pontos-base acima do rendimento dos títulos brasileiros indexados à inflação (NTN-Bs 2035), de 5,7%.

Banco do Brasil: Dia BB – Diversidade é o centro das atenções em um abraço estratégico

Visão do Safra. Na manhã de ontem (29/02), o Banco do Brasil realizou seu dia do investidor (BB Day) com a presença da alta administração, incluindo a CEO Tarciana Medeiros, o CFO Marco Geovanne e os principais executivos do Banco do Brasil. Embora nenhuma nova informação pública relevante tenha sido compartilhada, qualitativamente, acreditamos que a apresentação fez um bom trabalho ao destacar a recente história de melhoria da lucratividade e ao apresentar seus principais pilares estratégicos, agora com a inclusão da diversidade como um deles. O evento também contou com vários painéis com diretores executivos, esclarecendo vários ângulos das operações do banco. Apesar de um recente aumento na inadimplência (NPL – Non-Performing Loans) corporativa, o banco continua otimista em relação ao ciclo de crédito, expressando uma perspectiva construtiva para os ROEs e sustentando o atual mix de crédito no longo prazo. A equipe de gestão também reforçou que, nos níveis atuais (com o BB negociando a 0,91x para 2024), o valuation do banco é percebida internamente como barato e desconectada de seus níveis de rentabilidade, considerando o ROE atual acima de 20%.
Mantendo a recomendação Neutra. Embora tenhamos saído do Investor Day com uma boa impressão, mantemos a recomendação Neutra inalterada, pois atualmente vemos melhores upsides no setor. A ação tem um bom rendimento de dividendos (9,7% para 2024), embora nosso preço-alvo de R$ 59/ação incorpore um aumento silencioso em relação aos níveis atuais, pois vemos um crescimento limitado dos lucros nos próximos dois anos (estamos -4% abaixo do ponto médio da orientação para 2024).

MRV&Co: Resultados do 4T23 – Maior margem bruta compensada por resultado pior que o esperado de suas subsidiárias
A MRV & Co reportou outro conjunto de resultados fracos no 4T23, ficando em grande parte abaixo de nossas estimativas. Por um lado, o forte desempenho das vendas trimestrais impulsionou uma expansão de receita de 16% A/A, enquanto a maior margem bruta de novas vendas (36,5% no 4T23) continuou a ganhar participação no resultado da empresa, levando a uma melhoria de 27,4% na margem bruta. Por outro lado, o desempenho pior que o esperado de suas subsidiárias – aliado a uma provisão de bônus de R$ 38 milhões e um prejuízo financeiro líquido substancial após o maior volume de vendas de recebíveis – se traduziu em um prejuízo líquido nada expressivo de R$ 98 milhões.
Nossa opinião. Do lado positivo, a história de recuperação da MRV continua, à medida que a maior margem de novas vendas e o menor reconhecimento de ações de empreendimentos passados (lançados antes do 2S22) continuam impulsionando níveis mais elevados de margem bruta. No entanto, os resultados piores do que o esperado das suas subsidiárias poderão provocar uma reação negativa do mercado. Entretanto, mantemos a nossa recomendação de Compra em MRVE3 principalmente na avaliação, pois acreditamos que a revisão em baixa dos lucros foi mais do que incorporada no desempenho das ações de -32% no acumulado do ano. Estimamos um valuation atraente de 5,3x P/L para 2025, implicando um desconto de 25% em relação à média de 6,6x de seus pares.

Copel: Resultados do 4T23 – EBITDA melhor que o não recorrente e distribuição mais forte

Visão rápida. O EBITDA reportado da Copel, de R$1.477 milhões (+81% em relação ao ano anterior, excluindo resultado de equivalência patrimonial e operações descontinuadas), ficou 2,2% acima da nossa estimativa e 10,6% acima do consenso. O EBITDA reportado foi afetado principalmente por uma reversão de impairment de R$124 milhões relacionada à revisão dos níveis de custo das usinas hidrelétricas de Colíder e Baixo Iguaçu, entre outros impactos não recorrentes do IFRS e ajustes em provisões. O EBITDA comparável de R$1.431 milhões (considerando apenas as operações continuadas) ficou 6,6% acima da nossa estimativa e 7,1% acima do consenso. O lucro líquido reportado de R$555 milhões (queda de 10,6% ano a ano) ficou 10,2% abaixo da nossa estimativa, mas 1,2% acima do consenso. A empresa também anunciou a distribuição de dividendos complementares no valor de R$131 milhões (R$0,04/ação), implicando em um dividend yield de 0,4%, a ser aprovado na próxima assembleia geral de acionistas.

Nossa opinião: positiva. Os resultados foram beneficiados por um ganho não recorrente, mas os números ajustados foram fortes devido às receitas do braço distribuição. Neste trimestre, a Copel apresentou custos operacionais mais elevados, que resultaram de um aumento na remuneração variável do pessoal e maiores níveis de manutenção devido ao mau tempo. Em nossa opinião, esses níveis de custos não devem ser recorrentes, uma vez que a empresa está investindo para reduzir tais impactos e implementando um programa de redução de custos pós-privatização. A Copel também está perto de vender sua participação na unidade de gás, o que deve continuar a ajudar seu processo de desalavancagem e também ajudar a empresa a se concentrar nos segmentos principais, provavelmente abrindo espaço para distribuições adicionais de dividendos nos próximos trimestres. Mantemos a recomendação de Compra para a Copel. Nosso cenário base já considera iniciativas de corte de custos e uma TIR implícita de 10,4%.

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