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Temor fiscal afeta o mercado; destaque do dia é o PIB do 2º trimestre

Expectativa do mercado em relação ao resultado do PIB é de uma alta de 0,3% em relação ao primeiro trimestre e de 2,7% em comparação ao 2º trimestre do ano passado

Bolsas na Europa e índices futuros nos EUA operam no campo positivo antes da divulgação de dados do mercado de trabalho nos EUA com perspectiva de desaceleração em agosto | Foto: Getty Images

O Ibovespa apresentou queda de -1,53% no último pregão, cotado a 115.741,81 pontos. O ativo está em tendência neutra no médio prazo e no curto. Na alta, o ativo possui primeira resistência em 120.000 pontos e, caso rompa esse patamar, poderá alcançar sua próxima resistência em 122.700 pontos. Do lado da baixa, o primeiro suporte se encontra na região de 114.300. O próximo fica na faixa de 110.850 pontos.

O Dólar Futuro apresentou alta de +1,37% no último pregão, cotado a 4.977,50 pontos. O ativo se encontra em uma tendência neutra no médio e no curto prazo. Do lado da baixa, o primeiro suporte fica na região de 4.830 pontos. Se perder esse patamar, poderá alcançar o suporte seguinte em 4.750. Já do lado da alta, a primeira resistência do contrato fica na região de 5.000 e a segunda em 5.195.

Exterior:
Bolsas na Europa e índices futuros nos EUA operam no campo positivo antes da divulgação de dados do mercado de trabalho nos EUA com perspectiva de desaceleração em agosto. O Payroll deve mostrar um aumento de 170 mil vagas e manutenção da taxa de desemprego em 3,5%. PMI Caixin chinês surpreendeu inesperadamente e ficou em 51 em agosto, voltando a mostrar expansão. O governo Chinês cortou de 6% para 4% a alíquota do compulsório sobre depósitos em moeda estrangeira, o que ajuda a fortalecer o yuan.

Doméstico:
Temores com situação fiscal seguem afetando a performance do mercado após a entrega ao Congresso do orçamento juntamente com medidas para ampliar a receita. PIB do segundo trimestre de 2023 é destaque da agenda local, expectativa do mercado fica para uma alta de 0,3% m/m e de 2,7% a/a.

Commodities:
Petróleo apresenta alta com sinalização de que Rússia estenderá cortes de produção (USD87,4/b; +1,3%)
Minério de ferro fica estável (USD114,5/t; -)

Empresas:

  • Vale: JPMorgan elevou ADRs da Vale para Overweight
  • Ser Educacional: JPMorgan elevou recomendação a overweight
  • Afya: BTG Pactual elevou a compra
  • Bradesco: Atlântica compra 20% do Hospital Santa Lúcia
  • Marisa Lojas: Conselho prova grupamento de ações de 5 para 1
  • C6: Banco tem prejuízo de R$ 473 milhões no semestre, queda de 74%

Agenda do Dia:

09:00 – Brasil – PIB/2T23
09:30 – EUA – Payroll/Agosto
10:00 – Brasil – PMI Manufatura/Agosto
10:45 – EUA – PMI Manufatura/Agosto
11:00 – EUA – ISM Manufatura/Agosto

Fechamento dia anterior

Ibovespa: 115.742 (-1,53%)
S&P: 4.508 (-0,16%)
Dólar Futuro: R$4,97 (+1,37%)

Atualizações Safra:

IRB (RE): Conclusões do Dia do Investidor

O IRB (RE) realizou seu primeiro Investor Day com sua nova administração para discutir a estratégia de crescimento da empresa e as perspectivas de mercado. Estiveram presentes Marcos Falcão (novo CEO), Rodrigo Botti (CFO) e sua equipe. Os destaques são:

Um reinício. Após um hiato de quatro anos, o IRB realizou o Investor Day no Rio de Janeiro, com a presença da maioria de seus principais diretores, encabeçados pelo CEO Marcos Falcão. No geral, acreditamos que o evento enviou uma mensagem positiva ao mercado, pois a empresa deixa a reviravolta para trás e começa a olhar para o seu futuro.

O futuro permanece local e o crescimento poderá ser retomado no próximo ano. A empresa reiterou o foco no mercado local, com a meta de atingir 80% do seu mix proveniente das operações brasileiras (atualmente em 70%) e com maior foco na rentabilidade do que no passado. Os ajustes realizados nas operações antigas, especialmente na carteira internacional, ainda devem pesar nos resultados deste ano, mas esse efeito deverá terminar até o final do ano. Como resultado, 2024 poderá ser um ano para o IRB retomar o crescimento. No entanto, a médio e longo prazo, ainda não temos visibilidade sobre o nível de prémios e ROE que a empresa deve atingir.
Busca por rentabilidade. A administração expressou sua busca pela lucratividade. O IRB vem mudando sua estratégia de preços nos últimos trimestres, com o objetivo de ajustar seus preços contratuais a um nível mais razoável e melhorar o índice combinado da empresa. Este aumento de preços já foi percebido pelos players estrangeiros, que aumentaram sua presença no mercado brasileiro, intensificando a concorrência.

No geral, vemos uma perspectiva melhor para o IRB (Re). Acreditamos que o Investor Day enviou uma mensagem importante ao mercado, marcando um reinício da empresa. Apesar da melhoria, que já foi observada no 1S23 (com resultados positivos), continuamos cautelosos quanto ao nome, devido a uma tendência decrescente nos prémios e à fraca dinâmica de lucros. Além disso, ainda nos falta visibilidade sobre o nível de crescimento e retorno que o IRB poderia atingir no longo prazo. Portanto, reiteramos nosso rating Neutro e o preço-alvo de R$51/ação.

Equatorial: Conclusões da visita ao local da Echoenergia*

No dia 8 de agosto, a equipe de gestão da Equatorial realizou uma visita ao parque eólico da Echoenergia localizado na Serra do Mel, no Rio Grande do Norte. Conversamos com Liu Aquino, COO da Echoenergia e, da Equatorial, com Leonardo Tavares (CFO), Tatiana Vasques (Superintendente Financeira) e Daniel Spencer Pioner (Gerente de Relações com Investidores) para discutir as operações e estratégias da Echoenergia.
Destaques. Após uma visita esclarecedora às usinas eólicas da Echoenergia (site Serra do Mel, com capacidade instalada de 1,2 GW), a administração apresentou algumas estratégias da empresa para o negócio:

  • § Otimização das operações: Exploraram algumas de suas estratégias para otimizar a geração de energia a partir das usinas eólicas já instaladas e compartilharam alguns dos estudos que apoiam tal decisão.
    § Soluções para fornecimento de equipamentos: A administração discutiu estratégias para negociação com fornecedores EPC, como garantir capex para máquinas de reposição, internalizar certos custos operacionais e procurar oportunidades ideais antes de celebrar contratos de fornecimento.
  • § Usinas solares em desenvolvimento: A Echoenergia está desenvolvendo atualmente os projetos solares Barreiras 1 e Ribeiro Gonçalves, totalizando 574MW, que deverão entrar em operação no 2T24 e 3T24, respectivamente, e ajudarão a diversificar o portfólio. Além disso, esses projetos possuem um fator de alta capacidade, sendo uma das usinas solares mais eficientes do país. A Echoenergia ainda tem espaço para desenvolver projetos dentro do pipeline atualmente em vigor.
  • § Financiamento e estrutura de capital: A Echoenergia tem bom acesso a linhas de crédito subsidiadas e também busca o melhor momento antes de contrair dívidas adicionais de longo prazo.
    Nossa opinião – Esta foi uma visita interessante da qual pudemos ter uma noção ampla das principais operações da Echoenergia. Na nossa opinião, a Echoenergia provavelmente se concentrará no desenvolvimento de usinas solares até que as condições de mercado melhorem para garantir a sustentabilidade econômica dos projetos eólicos. Acreditamos que os preços da energia e os volumes eólicos poderiam estar atualmente no fundo do ciclo, e os ativos eólicos da Echoenergia provavelmente se beneficiariam de uma recuperação futura dessas variáveis. Acreditamos também que a Equatorial poderia ganhar know-how internalizando alguns dos custos de O&M, o que pode ajudá-la no desenvolvimento de projetos futuros e até mesmo fornecer insights valiosos para potenciais transações de M&A. Na nossa opinião, a empresa está focada em melhorar os ativos eólicos existentes, ao mesmo tempo que diversifica as suas operações. Equatorial continua sendo uma de nossas principais escolhas.

Even: Conclusões da reunião com a administração

Promovemos uma reunião com executivos da Even, representados por Marcelo Dzik (CFO) e Tiago Krall (Diretor de RI). Detalhamos os principais destaques a seguir.

Estratégia de longo prazo. Os executivos reiteraram que a empresa está posicionada para o longo prazo, pois precisa estar estruturada para ter um bom desempenho em ciclos positivos sem perder muita rentabilidade em ciclos negativos. Para mitigar alguns dos riscos, a Even lança empreendimentos principalmente em áreas que conhece, com foco na aquisição de terrenos por meio de permuta e mantendo uma das estruturas de G&A mais enxutas do mercado. A administração destacou a posição de caixa líquido da empresa de 1% do patrimônio líquido, o que protege a empresa de potenciais crises macroeconômicas.

1S23. O forte desempenho das vendas de estoques no 1T23, aliado à melhoria das perspectivas econômicas, contribuíram para a aquecida atividade de lançamentos no 2T. A empresa lançou três empreendimentos em São Paulo com R$ 773 milhões de VGV (% Even), atingindo R$ 970 milhões no 6M23. Enquanto isso, os executivos destacaram o bom desempenho de vendas do empreendimento Madre lançado na região da Moóca, que já vendeu cerca de 80% de suas unidades.

Pipeline de lançamentos. Desde 2015, a Even elabora um índice interno de confiança do consumidor, que teve seu pico em junho, tranquilizando a empresa sobre seus futuros lançamentos. Dessa forma, a empresa poderá lançar quatro empreendimentos adicionais no 2S23:

  • (i) Manuel da Nóbrega (R$ 173 milhões);
  • (ii) Sabiá (R$ 748 milhões);
  • (iii) primeira fase do Faena (~R$ 400 milhões); e (iv) Alameda Franca (R$ 194 milhões) por meio da parceria com a RFM, atingindo potencialmente a inspiradora marca de R$ 2,3 bilhões (% Even) lançada em São Paulo em 2023 (+178% A/A). Adicionalmente, a Even possui um landbank (ex Melnick) de R$ 5,0 bilhões em VGV, concentrado principalmente em regiões de alto padrão premium de São Paulo. Os executivos destacaram o alto potencial dos empreendimentos Faena e Real Parque, que respondem por R$ 1,7 bilhão em VGV, com a primeira fase do Faena potencialmente lançada no 4T23, enquanto o empreendimento Real Parque deverá ser lançado em 2024.

Em suma, reforçamos a nossa classificação de compra para a EVEN3 devido à sua estratégia de longo prazo e valuation atrativo de 0,7x P/VP para 2024E. Além disso, acreditamos que o balanço patrimonial sólido e a estrutura mais enxuta da Even devem sustentar qualquer vento macro contra até o início do próximo ciclo positivo.

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