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Surpresas positivas e destaques nos balanços das empresas no trimestre

Apesar do desempenho negativo na comparação anual, a maioria dos setores surpreendeu positivamente, segundo relatório do Banco Safra

relatório safra

O trimestre teve resultado ainda fraco, mas melhor que o esperado, segundo relatório do Banco Safra | Foto: Getty Images

As perspectivas foram ligeiramente melhores para a atividade econômica no terceiro trimestre, com taxas de juros mais baixas e menor pressão inflacionária ajudando os nomes domésticos. Por outro lado, a
normalização dos preços do petróleo e a dura base de comparação para a Vale levaram a uma contração de 17,4% no lucro da empresa. Apesar desta queda, a contração foi menos intensa que nos trimestres
anteriores e os números ficaram ligeiramente acima das expectativas.

Estas são algumas das conclusões do relatório do Banco Safra com avaliação dos resultados das empresas no terceiro trimestre. O banco revisou os resultados das empresas que cobre, e detalha as
principais variáveis que causaram impacto nos resultados. O relatório também traz as tendências para o quarto trimestre de 2023. O trimestre teve resultado ainda fraco, mas melhor que o esperado, segundo o Safra. O período registou uma contração na comparação com o mesmo período do ano passado em termos de receita, do EBITDA e do lucro líquido (-2,4%, -9,3% e -17,4%, respectivamente), impulsionada principalmente pela Petrobras e pela Vale.

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Em comparação com as estimativas dos analistas do banco, a surpresa foi ligeiramente positiva na receita, no EBITDA e no lucro líquido (0,7%, 2,9% e 0,5% vs. Safra, respectivamente). Sem Petrobras e Vale, que têm peso elevado no Ibovespa e cuja comparação anual de resultados foi afetada por alguns fatores (contração de 12,5% nos preços médios do Brent, apesar da recuperação trimestral, para a primeira, e ganhos não recorrentes no 3T22, para a última), a receitas, o Ebtida e o lucro teriam crescido +3,6%, +9,5% e +3,4%, respectivamente. O lucro líquido ajustado também teria sido ainda melhor em comparação às estimativas (3,4% acima das estimativas de lucro do Safra).

Com foco no desempenho anual, os destaques positivos do trimestre foram (i) as Concessionárias ECOR e CCRO, que se beneficiaram da melhoria dos números de tráfego e tarifas, bem como da boa gestão de custos, resultando em expansões de margens, e RAIL, que se beneficiou de bons rendimentos e volumes recordes; (ii) Operadoras de Saúde, com menor sinistralidade; (iii) Utilities, uma vez que as distribuidoras foram beneficiadas por maiores volumes de vendas, impulsionados por temperaturas acima do esperado, controle de custos e revisões tarifárias; (iv) Construtoras, uma vez que o segmento de baixa renda manteve seu bom desempenho e o segmento médio/alto apresentou melhores resultados; e (v) Telecom, uma vez que as empresas continuaram a se beneficiar de um ambiente concorrencial racional, após a consolidação dos ativos da Oi.

Apesar do desempenho anual negativo, a maioria dos setores surpreendeu positivamente, com números melhores do que o previsto. De qualquer forma, os destaques negativos do trimestre em termos anuais foram (i)
Alimentos e Bebidas, impactados por um cenário difícil, com preços sob pressão devido à disponibilidade limitada de gado nos EUA; (ii) Petróleo e Gás, uma vez que a redução dos preços do petróleo e o aumento das despesas financeiras líquidas prejudicaram os resultados da Petrobras; (iii) Siderurgia e Mineração, já que o lucro da Vale no ano passado foi impulsionado por um enorme ganho na linha cambial.

O que esperar do resultado das empresas no quarto trimestre

Olhando para as potenciais tendências para o quarto trimestre de 2023, o Safra vê uma boa dinâmica para Petróleo & Gás (as empresas deverão continuar se beneficiando dos preços favoráveis do petróleo e das tendências para produção), Construtoras (continuação do bom desempenho do segmento de baixa renda), Utilidades básicas (o aumento no volume de vendas de energia proveniente de temperaturas mais altas deverá ser intensificado no 4T23), Concessionárias (beneficiadas pela boa performance no tráfego) e Shoppings (melhor mix, baixos níveis de inadimplência e vendas acima da inflação).

Visão de crédito: o Safra avalia como positivas as métricas de crédito alcançadas no 3T23, à exceção de companhias que seguiram por uma estratégia de expansão ou sentiram os efeitos de preços de commodities.
Ao resultado alcançado no trimestre, o banco atribui, dentre outros fatores, a melhora na demanda interna, puxado pelo arrefecimento da inflação corrente e condições mais favoráveis no mercado de trabalho, além da boa gestão em custos e despesas, o que aliviou as pressões na margem operacional.

No mercado de crédito privado, os spreads vinham mostrando fechamento na curva, com emissores AAA retomando os níveis pré Americanas e Light. A partir de meados do 3T23, o banco destaca a piora na volatilidade dos spreads, acompanhando a abertura dos juros reais em meio às repercussões dos rumos da política fiscal. Para o próximo trimestre, o Banco Safra espera fechamento na curva, em vista da provável aprovação de importantes propostas tributárias e fiscais no Congresso.

Íntegra do relatório do Banco Safra com avaliação dos resultados no terceiro trimestre de 2023.

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