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Fundos imobiliários apresentam sinais fortes de crescimento

Confira análise completa do desempenho do mercado de fundos imobiliários e uma lista de dez fundos recomendados pelo Safra

Aérea de prédios de São Paulo com a Avenida Paulista em destaque no centro, alusivo ao valor do aluguel no Brasil

O maior destaque do trimestre ficou com a região da Paulista, que absorveu mais de 20 mil metros quadrados, a maior parte por empresas financeiras, de serviços de médicos e de saúde | Foto: Getty Images

O segundo trimestre de 2022 trouxe resultados importantes para os fundos imobiliários. O mercado CBD de classes A e A+ encerrou com 78.611 metros quadrados líquidos absorvidos, sendo mais de 90 mil metros quadrados de absorção bruta, ressaltando o fato de que a quantidade de área devolvida é quase insignificante, mostrando sinais fortes de crescimento do mercado. Neste cenário, o Banco Safra fez alterações na carteira recomendada para quem investe ou quer começar a investir em fundos imobiliários.

A taxa de vacância fechou o trimestre em 22,46%, menor valor observado desde o final de 2020. O maior destaque do trimestre ficou com a região da Paulista, que absorveu 20.073 metros quadrados, sendo a maior parte por empresas financeiras, de serviços de médicos e de saúde.

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Em seguida, a Faria Lima apresentou absorção de 14.812 metros quadrados, a maior parte deles por empresas de finanças, comércio e oil & gas. Comparando com o fechamento do segundo trimestre do ano anterior, a vacância da Faria Lima apresentou queda de 9,81 p.p. e na Paulista de 3,50 p.p., encerrando 2022T2 em 14,03% e 11,92% respectivamente.

Os prédios classe A e A+ do Itaim fecharam 2021 com taxa de vacância em 1,06%, e alcançaram 3,59% ao final desse segundo trimestre – menor taxa entre todas as regiões. Em relação às locações registradas no trimestre, 2022T2 encerrou com total de 21.270 m², dos quais parte já foi ocupada.

O preço médio pedido no mercado CBD de classes A e A+ de São Paulo não apresentou significativas variações e encerrou 2022T2 em R$ 102,77/m²/mês (-1,03% t/t). A região com maior variação no preço foi a JK (+20,52% t/t), que alcançou R$ 209,99/m²/mês. Após entregar 208 mil m² em 2021, o mercado CBD de São Paulo de classes A e A+ não recebeu novos empreendimentos no segundo trimestre de 2022. Entretanto, estão programadas entregas que somam aproximadamente 140 mil m² até o final do ano divididos entre os terceiro e quarto trimestres.

O mercado CBD de classes A e A+ do Rio de Janeiro encerrou o segundo trimestre do ano com absorção líquida de 20.658 m² após resultado fraco no 1º trimestre de 2022, fechando o semestre com taxa de vacância de 34,25% (-1,34 p.p. t/t). Deste total, 10.903 m² se concentraram no Centro, o que levou a região atingir a menor taxa de vacância desde o final de 2020.

Devido à grande procura que o Centro recebe, a diversidade de empresas é grande, registrando ocupações nos setores de serviços jurídicos e administrativos, comércio, educação, energia, finanças, informação, comunicação e tecnologia, entre outros. A Orla é uma das regiões que merecem destaque, pois apresentou absorção líquida de aproximadamente 12.500 m², contra resultado inexpressivo no primeiro trimestre do ano – o que resultou em queda de 7,86 p.p. na taxa de vacância t/t. As empresas mais representativas foram dos segmentos de serviços administrativos, oil and gas, informação, comunicação e tecnologia. Ao se tratar de locações, o trimestre registrou um total de 4.823 m², advindos de empresas de educação, informação, comunicação e tecnologia, serviços médicos e administração pública. Centro, Orla e Cidade Nova foram as regiões que receberam tais locações.

Paisagem de prédios no Ri de Janeiro com o Pão de Açúcar ao fundo, alusivo às vendas e lançamentos de imóveis
O Rio de Janeiro não apresenta novos empreendimentos desde 2018, o que tende a reduzir a taxa de vacância de imóveis | Foto: Getty Images

Aluguéis ficam estáveis com tendência de queda no Rio

O Rio de Janeiro ainda apresenta alta taxa na cidade e segue com o movimento flight-to-quality/flight-to-price, onde empresas conseguem escolher melhores prédios e regiões por preços mais acessíveis, adquirindo maior poder de negociação. Assim, valores pedidos nas regiões não apresentam variações significativas durantes os últimos períodos, atingindo R$ 88,84/m²/mês (+0,08% t/t) no mercado CBD de classes A e A+. Devido à alta taxa de vacância do mercado e a falta de previsão novos empreendimentos na região, o valor dos aluguéis deve se manter estáveis com tendência de queda.

O Rio de Janeiro não apresenta novos empreendimentos desde 2018 e segue sem previsão para os próximos períodos, o que desencadeará na redução da taxa de vacância à medida em que as novas locações aconteçam, e que as locações anteriores sejam ocupadas. Em 2022T2 registrou-se 572.255 m² entregues, pouco abaixo do trimestre passado (-9,67%). As novas entregas se concentraram principalmente no Sudeste, com 478.580 m² (83,63% do total) e no Sul, com 93.675 m² (16,37%). Contudo, espera-se ainda este ano novos empreendimentos no Norte e Nordeste. Dos ativos entregues, 53% já estavam pré-locados , majoritariamente na região Sudeste. Em relação à absorção líquida, o trimestre apresentou fortes resultados, com total de 568.346 m², crescimento de 34% em relação ao trimestre anterior.

Nota-se que a demanda no setor continua alta e está em constante crescimento. Com destaque novamente no Sudeste, onde as absorções representaram 83,45% do total do Brasil, atingindo 474.295m². Mesmo com o alto número de novos estoques, a taxa de vacância apresentou queda em relação ao trimestre anterior (-0,34 p.p.) e atingiu 10,98% em junho. Os preços pedidos não demostraram grandes variações, se mantendo quase estáveis e encerrando o segundo trimestre em R$ 20,87 por m² (+3,9% t/t). São Paulo no 2022T2 continuou apresentando valores expressivos e encerrou com absorção líquida de 312.410 m², desencadeando em redução na taxa de vacância de 0,21 p.p. e atingindo 12,30%. Somado a isso, a cidade de São Paulo recebeu 330.191 m² de novos empreendimentos, representando 57,7% do total do Brasil.

O preço pedido sofreu aumento de 5% em relação ao trimestre anterior, encerrando o trimestre em R$ 21,28 por m² devido às novas entregas em regiões com preços pedidos mais elevados que a média de mercado. Seguindo um ano surpreendente de bons resultados em 2021, o mercado logístico de classe A e A+ do Rio de Janeiro manteve ritmo de novas entregas no segundo trimestre de 2022, mesmo após falta de novos empreendimentos no primeiro trimestre. A região de Pavuna foi responsável pelo total entregue no Rio de Janeiro, atingindo 40.058 m². A cidade registrou 45.912 m² de absorção líquida, o que desencadeou em queda na taxa de vacância de 0,5 p.p. QOQ e atingiu 15,5% ao final do segundo trimestre Os preços pedidos sofreram leve queda (-1,98% t/t) e encerraram o trimestre em R$ 20,33 por m².

O gráfico mostra o desconto do valor de mercado dos fundos imobiliários em relação ao valor patrimonial, que apresentou um aumento significativo nos últimos meses

Carteira recomendada de fundos imobiliários para outubro

Nos últimos 12 meses, a carteira apresenta uma valorização de +21,51% versus alta de +13,11% do Ifix, um alfa de +8,40 pp sobre o índice.

Para o mês de Outubro, o Safra sugere realizar lucro em TRX Real Estate – TRXF. Apesar de seguir com boa expectativa em relação aos fundamentos do fundo para o
médio e longo prazo, ele está atualmente negociando acima de seu valor patrimonial e o Safra considera este um bom momento para a realização de
lucros.

O Safra vê uma boa oportunidade para entrada de RBR Alpha Multiestratégia Real Estate – RBRF11, um fundo de fundos que está atualmente descontado, além de apresentar um bom pagamento de dividendos e uma carteira de ativos diversificada e de alta qualidade.

Com essa mudança, o banco aumenta levemente o beta da carteira. Adicionalmente, o Safra aumenta ligeiramente o peso de CSHG Renda Urbana – HGRU11 e de Bresco Logística – BRCO11.

A carteira de fundos imobiliários sugerida pelo Banco Safra apresentou variação de +0,47% (desde 9 de Setembro de 2022), contra +0,76% do Índice Ifix nesse
mesmo período, gerando um alfa de -0,29 ponto percentual sobre o índice.

Os destaques positivos de performance foram JS Real Estate – JSRE11 (+3,20%), BTG Fundo de CRI – FEXC11 (+1,73%) e Vinci Logística – VILG11 (+1,52%). Do lado negativo, TRX Real Estate – TRXF11 (-1,98%) e XP Malls – XPML11 (-1,51%) foram destaques.

Confira a análise completa e gráficos AQUI.

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