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Fábrica de relógio de ponto enfrenta o home office

Empresa mais antiga no ramo de equipamentos de registro de entrada e saída de trabalhadores, Dimep se reinventou

Relógio de ponto virtual

Fábrica de relógio de ponto criou sistema que registra ponto remotamente | Foto: Divulgação

A mais antiga fabricante de relógio de ponto do País, fundada em 1936, previa grandes dificuldades por causa do isolamento social, já que muitos trabalhadores deixaram de registrar o ponto de entrada e saída e passaram a trabalhar em casa.

Mas, na contramão de muitas companhias que encolheram e demitiram em 2020, a Dimep faturou R$197 milhões, 11% a mais ante 2019.

A empresa também aumentou em cerca de 30% o número de empregados na fábrica de Extrema (MG) e nas áreas comercial e de desenvolvimento.

O que garantiu os resultados foi o investimento em dois projetos digitais.

Rodrigo Pimenta,, presidente e neto do fundador, Dimas de Melo Pimenta, chegou á empresa há três anos e começou a desenvolver um aplicativo para smartphone que permitisse marcar o ponto usando a geolocalização do trabalhador.

Outro projeto é o de cancelas eletrônicas que liberam o acesso mediante um sistema de reconhecimento facial.

De 2018 para cá, foram aplicados cerca de R$ 35 milhões nesses projetos digitais. Pimenta disse que, sem saber, ajudou a preparar a empresa para enfrentar a pandemia. Ele reconhece que, por sorte, acabou tendo nas mãos soluções adequadas às novas necessidades do mercado.

Biometria facial libera catraca

No caso das cancelas que liberam o acesso mediante a biometria facial, foram agregadas algumas demandas trazidas pela covid-19, como reconhecimento da fisionomia com o uso de máscara, medição de temperatura corporal e contagem do número de pessoas que ingressam no ambiente.

O resultado dessas adaptações abriu um novo mercado para a companhia. Antes usadas por indústrias, as catracas de acesso com reconhecimento facial começaram a ser procuradas por bares, restaurantes, bancos, clubes e shopping centers.

Com a pandemia, a importância do relógio de ponto na receita caiu pela metade, enquanto a marcação via aplicativo cresceu. O presidente da Dimep acredita que a marcação do ponto por meio de aplicativo tende a crescer bastante com as mudanças no trabalho trazidas pela pandemia e que devem continuar.

Obstáculo vira oportunidade

Não é a primeira vez que a Dimep transforma um obstáculo em oportunidade. Em 1936, o imigrante português Dimas de Melo Pimenta começou a consertar relógios. Mas veio a Segunda Guerra Mundial e o fornecimento do equipamento, que era importado, foi interrompido.

O imigrante começou então a projetar os próprios relógios, fabricá-los e vendê-los, mas em escala pequena. Esse foi o início da companhia.

Muito distante dos primeiros relógios mecânicos fabricados, que pesavam 25 quilos e reuniam 230 peças, atualmente a Dimep avança no digital e é uma empresa de tecnologia.

Pimenta ilustra esse movimento com uma frase do pai, Dimas de Melo Pimenta 2º, hoje presente no dia a dia dos negócios. “Ele fala que a empresa tem sempre que mudar muito para continuar a mesma.” Ou seja, tem que inovar para conseguir se manter. (AE)

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