Dirigente do Federal Reserve diz que juros vão continuar subindo para conter inflação

O presidente da distrital do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) em Atlanta, Raphael Bostic, disse que a autoridade monetária precisa continuar elevando juros este ano e alertou que é muito cedo para dizer que a inflação nos EUA já atingiu o pico. “Todos nós, como formuladores de políticas, entendemos que a inflação é um grande problema e um desafio que faremos o possível para enfrentar”, disse Bostic, em entrevista ao The Wall Street Journal na quarta-feira (24).

Bostic, que não é membro votante do Fed este ano, disse não ter claro se o BC americano deveria elevar juros em 50 ou 75 pontos-base na reunião de setembro, como parte de sua campanha para combater a disparada da inflação. A essa altura, disse ele, “eu jogaria uma moeda” para escolher entre as duas opções.

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Bostic ressaltou que ainda há relatórios de emprego e inflação a ser divulgados antes da decisão do Fed no próximo mês, e que se os dados permanecerem fortes e a inflação não desacelerar claramente, “então, poderão justificar um novo ajuste de 75 pontos-base”.

O Fed elevou seus juros em 75 pontos-base tanto na reunião de junho quanto na de julho.

Bostic, como outros dirigentes do Fed, vai participar do simpósio anual do BC americano em Jackson Hole (Wyoming), que será aberto nesta quinta-feira. O ponto alto do evento, porém, será amanhã (26), quando o presidente do Fed, Jerome Powell, fará discurso.

Próxima reunião para elevar os juros nos EUA será nos dias 20 e 21 de setembro

A próxima reunião do Fed, que muito provavelmente resultará em novo aumento de juros, está marcada para 20 e 21 de setembro.

Raphael Bostic, disse estar otimista quanto à perspectiva econômica nos EUA, e projeta crescimento ao redor de 2% em 2022 e entre 0,5% e 1% em 2023. Para ele, o aumento de juros não vai inviabilizar a expansão da economia.

O banqueiro central, que falou em entrevista ao The Wall Street Journal na quarta-feira (24), espera ainda um mercado de trabalho forte, ainda que a taxa de desemprego suba um pouco além dos 3,5% atuais.

Bostic afirmou que a incerteza geopolítica por causa da guerra na Ucrânia e a desaceleração econômica na China estão em seu radar. “Esses fatores podem realmente acelerar nossa desaceleração doméstica de maneiras que também significam que temos que fazer menos” com o aperto da política monetária, disse ele. (AE)