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Dólar supera os R$ 5 e Ibovespa retrocede ao nível de 17 de janeiro

Dados fracos da indústria chinesa e alta dos juros nos Estados Unidos reduzem o apetite por riscos, derrubam a Bolsa ao pior nível desde 17 de janeiro

Dólar

Os investidores ajustam posições em meio ao avanço dos retornos dos Treasuries e uma piora dos índices futuros de Nova York | Foto: Getty Images

O mercado de câmbio opera alinhado à valorização do dólar em relação às principais moedas globais e algumas divisas emergentes e ligadas a commodities. A piora das bolsas norte-americanas fez o Ibovespa descer cerca de 1.322 pontos em pouco mais de meia hora de pregão, voltando a operar no nível visto em janeiro deste ano, o dos 106 mil pontos. No dia 17 daquele mês, a mínima diária marcou 106.096,76 pontos, ante o pior momento alcançado agora de 106.554,16 pontos (-1,23%). Em Nova York, as bolsas também cedem.

Os investidores ajustam posições em meio ao avanço dos retornos dos Treasuries e uma piora dos índices futuros de Nova York há pouco, com investidores na expectativa de que o Federal Reserve (o banco central norte-americano) poderá elevar em 0,50 ponto os juros nos Estados Unidos no fim de seu reunião de política monetária, nesta quarta-feira.

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Dados fracos da indústria chinesa também estão comprometendo o apetite por risco. Nas próximas horas, investidores vão acompanhar os PMIs industriais dos EUA.

No Brasil, os investidores aguardam também a decisão de política monetária do Copom, na quarta, e a aposta majoritária é de alta da Selic de 1 ponto, a 12,75% ao ano. Os economistas esperam ainda mudança na comunicação do Copom, que permita novos apertos de juros por causa da inflação elevada no País.

Dólar ganha tração após subir 3,81% em abril

O dólar ganha tração, após subir na sexta e acumular ganhos de 3,81% em abril. Além da valorização do DXY, o ajuste local precifica ainda os PMIs chineses negativos e a queda forte do petróleo.

O investidor fica atento também ao fiscal em ano de eleição e com aumento de gastos pelo governo de Jair Bolsonaro. Na última sexta-feira, Bolsonaro disse que pode rever as regras do teto de gastos após as eleições. Já o ex-presidente Lula defendeu no sábado, mais uma vez, que o País não precisa de um teto de gastos.

O presidente Bolsonaro está expandindo o pacote de medidas com viés eleitoral, que já pendura uma fatura de no mínimo R$ 82 bilhões para o próximo presidente eleito e torna praticamente insustentável o funcionamento da máquina administrativa dos órgãos e programas do governo sem mudança no teto de gastos.

Há pouco, o Banco Central informou que seu índice de atividade, o IBC-Br, subiu 0,34% em fevereiro ante janeiro, com ajuste, e também que o indicador avançou 0,44% no 1º bimestre de 2022, sem ajuste.

Na sexta-feira, os servidores do Banco Central decidiram retomar a greve por tempo indeterminado a partir desta terça-feira, 3, porque não houve avanço nas negociações por reajuste salarial de 27% e reestruturação de carreira com a diretoria da autarquia e o governo, segundo o Sinal. Já devido à operação-padrão dos analistas de Comércio Exterior do ministério da Economia, a divulgação dos resultados da balança comercial de abril e a entrevista coletiva para detalhamento dos dados deverá ocorrer até o décimo dia útil de maio (13/5). (AE)

 

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