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Dólar chega a R$ 5,50 com avanço da pandemia

Receio sobre o impacto da volta do auxílio emergencial nas contas públicas e incerteza sobre vacinação pressionam o câmbio

Dólar VS. Real

Avanço da pandemia, indefinição sobre vacinas e temor fiscal afetam o câmbio / Foto: Getty Images

O Banco Central conseguiu acalmar pontualmente o estresse no mercado de câmbio na tarde desta segunda-feira, 11, ao fazer intervenção de US$ 500 milhões em swap (venda de dólar no mercado futuro).

A intervenção não impediu que a moeda americana terminasse o dia no maior valor em mais de dois meses, cotada a R$ 5,50, com alta de 1,61%.

Em dia de fuga de ativos de risco no mercado internacional, por causa do avanço dos casos de coronavírus, os ativos brasileiros, incluindo o real, foram especialmente penalizados pelos investidores, por conta da incerteza fiscal e da falta de definição sobre o processo de vacinação nacional.

Com isso, o real teve um dos piores desempenhos do dia no mercado internacional.

No pior momento desta segunda-feira, o dólar chegou a encostar em R$ 5,52, o que não acontecia desde meados de novembro. No mercado futuro, o dólar para fevereiro subiu 1,23%, a R$ 5,49.

Analistas disseram que o recente avanço dos casos de coronavírus no Brasil traz mais preocupação com o aumento de gastos públicos para lidar com a pandemia, especialmente em programas de distribuição de renda, como a prorrogação do auxílio emergencial.

No exterior, o dólar teve novo dia de valorização ante moedas fortes e emergentes.

No exterior, pesam o aumento do temor com os efeitos da pandemia e também as perspectivas para o crescimento e inflação nos Estados Unidos na gestão de Joe Biden.

Dia de realização de lucros na Bolsa

Em dia de cautela no exterior, com o acompanhamento da progressão da pandemia em meio a lento avanço da vacinação nas maiores economias, o Ibovespa se inclinou a uma realização de lucros, acentuada no fim da tarde. O índice fechou baixa de 1,46%, a 123.,5 mil pontos, após chegar a 125 mil pontos.

O giro financeiro foi de R$ 35,6 bilhões, mais contido do que o observado nas três sessões anteriores, quando ficou igual ou acima de R$ 43 bilhões, chegando a R$ 46,3 bilhões na sexta-feira.

O ajuste negativo desta segunda-feira foi o maior desde a sessão de 21 de dezembro, quando o índice cedeu 1,86%. A correção, que alcançou segmentos de peso, como bancos, commodities e siderurgia, ocorre após duas sessões de renovação de picos históricos, tanto no intradia como no fechamento, que lançaram o Ibovespa aos 125,3 mil pontos no melhor momento.

Assim, o dia negativo para commodities e os mercados acionários de Estados Unidos e Europa resultou em pausa na escalada do índice, que ainda avança 3,56% no ano. (AE)

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