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Embalo dos EUA leva Bolsa de volta aos 120 mil pontos

Expectativa positiva para a economia americana e início da temporada de resultados financeiros do primeiro trimestre animam o mercado de ações

Ibovespa

Ibovespa fechou em alta de 0,84%, a 120,3 mil pontos, no maior nível desde 17 de fevereiro | Foto: Divulgação

O Ibovespa retomou a marca dos 120 mil pontos pela primeira vez desde fevereiro, após três dias de alta, refletindo a expectativa positiva para a economia norte-americana em meio ao início da temporada de resultados do primeiro trimestre, aberta pelos bancos.

Aqui, com um primeiro semestre há tempos considerado perdido, a atenção se volta para normalização gradual no segundo semestre de 2021, a depender do ritmo da vacinação, em um ano agravado por incerteza fiscal que tem se refletido de forma mais próxima no câmbio e nos juros futuros.

Nesta quarta-feira, 14, auxiliado por ganho acima de 4% nas cotações do petróleo, o Ibovespa fechou em alta de 0,84%, a 120,3 mil pontos, entre mínima de 119,3 mil, da abertura, e máxima de 120,8 mil pontos, no maior nível de encerramento desde 17 de fevereiro (120,3 mil pontos).

Negociações inflacionárias

“O avanço das commodities e o ‘reflation trade’ (negociações com base em expectativas de inflação) continuam acontecendo, globalmente, com base na expectativa de uma retomada mais forte da economia americana. Os resultados no primeiro trimestre de grandes bancos, como JPMorgan e Goldman Sachs, um setor cíclico, reforçam a perspectiva positiva para o ano nos Estados Unidos. Diferentemente do que costuma ocorrer, as expectativas de resultado para a temporada foram sendo revisadas para cima ao longo do tempo, refletindo esta melhora. A expectativa é de que os lucros das empresas que compõem o S&P 500 tenham crescimento de 25% a 35% em relação ao mesmo período do ano passado”, observa Erminio Lucci, CEO da BGC Liquidez.

Lucci chama também atenção para outro ponto: apesar da recuperação do Ibovespa, estendida de março para esta primeira quinzena de abril, o giro financeiro tem se mantido fraco, e a volatilidade, contida, refletindo a dificuldade de se construir posição para o médio prazo, em razão do grau de incerteza que afeta, em especial, a economia doméstica.

Ainda assim, ele identifica busca por “ativo real”, especialmente em setores que acompanham a demanda externa, como o de commodities. Aqui, acrescenta Lucci, o apelo das ações reflete ainda o ambiente de juros reais negativos, com o “próximo Copom já precificado”.

Nesta quarta, com giro a R$ 64,4 bilhões, reforçado pelo vencimento de futuros sobre o índice, o Ibovespa sustentou o topo intermediário de 120 mil pontos, operando na estreita faixa entre 119 mil e 120 mil no intradia pela primeira vez desde 8 de fevereiro, tendo fechado a primeira sessão de abril aos 115.253,31 pontos.

Ibovespa acumula alta de 3,14% no mês

Após ganho de 6% em março, em recuperação parcial de perdas superiores a 4% e 3% respectivamente em fevereiro e janeiro, o Ibovespa, perto do fechamento da primeira quinzena de abril, acumula até aqui ganho de 3,14% no mês, desde a terça em terreno positivo no ano – nesta quarta, passa a acumular alta de 1,07% em 2021.

A mudança de direção ocorre a despeito da persistente preocupação sobre o fiscal – situação agravada por Orçamento ainda indefinido para 2021, sujeito a iniciativas “fura-teto” em meio a uma pandemia que cobra preço alto do ritmo de atividade doméstica e dos gastos públicos.

Sem novidades internas que contribuam para melhorar o humor, o Ibovespa pega carona nas commodities, estimuladas pela recuperação cada vez mais firme nos Estados Unidos e já mais consolidada na China.

Nesta quarta, Petrobras (PN +1,59%, ON +1,60%) e, em especial, Vale ON (+3,30%), a R$ 107,00, alinharam-se a siderurgia (Usiminas +4,21%, CSN +3,17%) e bancos (Santander +2,01%, Itaú PN +1,28%) na mesma direção.

Parte das ações com exposição à economia doméstica, que estiveram entre as vencedoras do dia anterior, voltaram a cair nesta quarta, com Cogna (-4,62%), B2W (-2,77%) e Lojas Americanas (-3,16%) entre as componentes do Ibovespa de pior desempenho na sessão, assim como Iguatemi (-3,18%).

Na ponta positiva do Ibovespa, destaque para Marfrig (+5,54%), CVC (+5,36%) e Minerva (+3,86%), além de Usiminas (+4,21%). (AE)

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