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Energia elétrica polui mais que antes da pandemia, mostra levantamento

Segundo relatório divulgado pelo jornal 'The Washington Post', a emissão de CO2 do setor está 5% maior que em 2019 no planeta

Rede de transmissão de energia

Estudo mostra que demanda por energia elétrica teve redução modesta nos EUA, Japão e na Europa, mas aumentou em países como a China | Foto: Getty Images

O aumento da demanda por eletricidade ultrapassou o crescimento da energia renovável e empurrou as emissões de dióxido de carbono para 5% acima do nível anterior à pandemia de covid-19. A informação é do jornal The Washington Post.

Segundo levantamento da agência Ember, do Reino Unido, os Estados Unidos, Europa e Japão tiveram reduções modestas de emissões durante os primeiros seis meses do ano. Mas o aumento do uso de energia elétrica aumentou em países como China, Bangladesh, Índia, Cazaquistão, Mongólia, Paquistão e Vietnã.

O relatório é apresentado um mês depois de a Agência Internacional de Energia anunciar a projeção de que as emissões de carbono do setor aumentariam 3,5% neste ano e 2,5% em 2022. Para atingir as metas climáticas, essas emissões precisariam diminuir 4,4% ao ano, segundo a agência.

As novas descobertas têm implicações importantes para as próximas negociações climáticas da ONU em Glasgow, Escócia. Marcado para novembro, o encontro tem como agenda prioritária o plano de ações para cortar as emissões de gases de efeito estufa e evitar que o avanço do aquecimento global.

Novas tecnologias devem sobrecarregar a rede elétrica, sugere relatório

Dave Jones, analista da Ember, disse ao jornal que os Estados Unidos experimentaram uma queda de 16% nas emissões de carbono da eletricidade no primeiro semestre de 2020 em comparação com o primeiro semestre de 2019. Mas as emissões do setor de eletricidade dos EUA durante o primeiro semestre de 2021 foram apenas 4% abaixo das de 2019.

Segundo a Ember, um aumento no número de veículos elétricos, que o presidente Biden e muitos outros líderes mundiais apoiam, vai sobrecarregar ainda mais a rede elétrica.

Os setores eólico e solar aumentaram acentuadamente, mas o gás natural permaneceu estável e o uso de carvão foi 7% inferior aos níveis de 2019.

As paralisações relacionadas à pandemia reduziram a demanda por transporte e energia de forma mais ampla em países em todo o mundo, ajudando a estimular a redução das emissões de gases de efeito estufa.

O Global Carbon Project estimou que as emissões globais diárias de carbono caíram 17% em abril de 2020 em comparação com a taxa média do ano anterior.

Mas isso não foi suficiente para evitar que os níveis atmosféricos de dióxido de carbono atingissem um recorde em maio deste ano, de acordo com o Scripps Institution of Oceanography e a National Oceanic and Atmospheric Administration, em quase 419 partes por milhão.

Especialistas em energia ouvidos pelo jornal americano dizem que as novas estatísticas demonstram que a recessão econômica temporária não representou uma mudança na maneira como as empresas produzem energia em todo o mundo.

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