Como as ‘big techs’ podem ajudar na energia limpa
Agência Internacional de Energia aponta como as empresas gigantes de tecnologia podem contribuir em fontes renováveis. Veja a lista
09/04/2021Pioneiras na busca por energia limpa, as gigantes empresas de tecnologia – conhecidas como ‘big techs’ – têm enorme potencial de ajudar outros setores da sociedade a evoluírem nesse sentido.
A Agência Internacional de Energia (IEA) publicou um artigo elencando cinco formas das big techs ajudarem o planeta na transição para a energia limpa.
O texto é assinado pelo economista-chefe da IEA, Laszlo Varro, e pelo analista de energia George Kamiya.
Referência para o mundo corporativo
O poder financeiro das big techs é destacado no artigo como um pilar para torná-las referência em qualquer assunto para o mundo corporativo.
O conteúdo aponta que, ao fim de 2020, as três maiores empresas de tecnologia do planeta (Amazon, Google e Facebook) tinham juntas uma capitalização de mercado de US$ 5,5 trilhões – R$ 30,8 trilhões de reais.
Como base de comparação, os autores citam que a cifra equivale ao dobro do valor de todas as empresas alemãs e brasileiras listadas nas bolsas de Frankfurt e São Paulo juntas.
Protagonismo em energia renovável
Varro e Kamiya afirmam que, embora as big techs não sejam as maiores consumidoras de energia – como companhias da indústria, por exemplo – elas são pioneiras em acordos corporativos de compra de energia (PPAs) para energia renovável.
Segundo a IEA, em 2020 as cinco maiores empresas de tecnologia dos Estados Unidos adquiriram 7,2 gigawatts (GW) de capacidade renovável.
O volume responde por quase 30% de todos os PPAs renováveis corporativos, ou cerca de 3,5% de toda a capacidade global.
5 formas das big techs ajudarem na transição para a energia limpa
- Impulsionando a transformação digital do setor elétrico
Segundo o artigo da IEA, o conhecimento das big techs na digitalização pode favorecer a implementação eficiente da Internet das Coisas (Internet of Things, ou IoT) no sistemas elétricos de diversos países. Os autores explicam que o IoT pode ajudar operadoras de energia a entender com mais precisão as condições e os fluxos de eletricidade nas linhas, permitindo a expansão da capacidade de transmissão sem aumentar a estrutura física. - Libertando todo o poder da digitalização para melhorar a eficiência energética em toda a economia
Um dos exemplos usados por Varro e Kamiya é o da possibilidades das gigantes de tecnologia ajudarem na implementação de sistemas que otimizem o uso de energia elétrica em edifícios antigos, por meio de sensores e medição em tempo real. De acordo com o artigo, há exemplos de sucesso no uso do machine learning (aprendizado da máquina, do inglês) “desde uma ópera europeia de 200 anos a um resort de luxo na Califórnia”. A mesma lógica pode ser usada para otimizar sistemas internos de caminhões, que majoritariamente utilizam como combustível o poluente óleo diesel. - Sendo a ponta da lança para novas tecnologias e materiais vitais
A recomendação aqui vai diretamente para os produtos das big techs. Muitos dos smartphones e computadores produzidos e utilizados pelas empresas têm uma pegada de carbono que “começa com maquinário pesado em uma mina de cobre”. Por isso, os autores atentam para a necessidade das companhias buscarem materiais renováveis e cuja produção envolvam baixas emissões de carbono. - Aplicando todo o poder das ferramentas digitais para ajudar no processo de inovação
O recado deixado pelo artigo da IEA neste tópico é claro: é necessário investir em inovação que gere energia limpa. E as big techs, com seu poder financeiro e de influência, estão melhores posicionadas para liderar o movimento. De acordo com o conteúdo, já existem tentativas promissoras de usar inteligência artificial no desenvolvimento de materiais para baterias de maior capacidade, por exemplo. - Empoderando consumidores para que se informem e tomem decisões de baixo carbono
As empresas de tecnologia devem adotar a missão de informar e influenciar, por meio de seus produtos, hábitos de consumo e o comportamento dos consumidores que envolvam fundamentos sustentáveis. Como exemplo simples, o texto cita diz que aplicativos de smartphone podem incluir calculadoras de carbono para informar os consumidores sobre o “custo” de ir a pé, de bicicleta, de transporte público ou de carro para algum lugar.
A íntegra do artigo com todos os detalhes em cada um dos cinco passos para as big techs contribuírem com a energia limpa está disponível neste link.