Entenda o que muda com a chegada do 5G ao Brasil

Metade do tráfego de comunicação de dados e voz no Brasil deve ser via 5G até 2025, segundo Marcos Ferrari, presidente da Conexis Brasil Digital, entidade que representa as empresas de telecomunicação.

Até julho de 2022, segundo ele, o país deve começar a ter o novo serviço de telecomunicações funcionando nas capitais.

Somando investimento direto e mais o valor das concessões, o 5G deve movimentar entre US$ 40 milhões e US$ 50 milhões de dólares por ano no Brasil nos próximos anos, com enorme impacto nos demais setores da economia.

Marcos Ferrari foi o convidado para a live promovida pelo Banco Safra nesta quarta-feira, 17, para falar sobre as vantagens da tecnologia 5G, que amplia muito a capacidade e a velocidade da transmissão de dados. Ele foi entrevistado pelo diretor de Estratégia Econômica do banco, Joaquim Levy.

A revolução tecnológica do 5g

Ferrari explicou o 5G vai provocar uma verdadeira revolução na tecnologia e na economia, permitindo transformações em muitos modelos de negócios no país. Entre elas, vai permitir a implantação de tecnologias como a de veículos autônomos, cidades inteligentes, educação à distância e muitas outras.

Ferrari citou possibilidades como sistemas de entregas de mercadorias por drones ou controle de tráfego nos grandes centros. No campo da medicina, ele diz que já existem aplicações muito mais sofisticadas que as teleconsultas, que muito usadas na pandemia.

“Poderemos ter cirurgias com monitoramento à distância, o que deve permitir grande redução de custos e ampliação do acesso das pessoas ao atendimento médico. A redução de despesa pública pode ser muito grande nessa área”.

Internet das coisas está a caminho

Os leilões de concessão das frequências de 5G são esperados ainda para o primeiro semestre deste ano, o que abre a perspectiva de avanços não só na telefonia, mas também na chamada internet das coisas (IoT, na sigla em inglês).

“Teremos grandes benefícios para os cidadãos e para os governos com a implementação do 5G no Brasil”, disse Ferrari, defendendo a importância do investimento público no setor, via BNDES. Segundo ele, o investimento em telecomunicações tem grande efeito multiplicador em temos de geração de novos negócios e renda.

Telecomunicações é a base da nova economia

“O investimento em telecomunicações é a base da nova economia para toda a cadeia produtiva, e tem grande efeito multiplicador no PIB do país”, disse.

Um problema para o setor é a burocracia, que não evolui na mesma velocidade. “A tecnologia mudou, as antenas ficaram menores, mas as leis municipais não mudaram e as empresas continuam enfrentando um grande gargalo nessa área”, comenta, citando que o problema é grave mesmo em grandes centros como São Paulo.

Ele defendeu o uso dos fundos setoriais para ampliar a difusão da banda larga, muito importante na educação. “Precisamos de uma política firme para usar esses fundos para universalizar a banda larga no país”.

Ele defendeu a importância da reforma tributária: “A política inclusiva por excelência é a reforma tributária. Quase metade das contas telefônicas são impostos, porque é fácil arrecadar com tributação no setor. A média no mundo é 10%, enquanto no Brasil é quase 50%.

A conversa foi transmitida ao vivo pelo canal do Banco Safra, no YouTube, onde está disponível aos interessados.