Turbinas eólicas flutantes ampliam fronteira da energia limpa
Escócia começa a usar turbinas eólicas flutuantes, que podem funcionar em águas profuntas como nova alternativa de geração de energia limpa
06/11/2021A 26 km da costa norte da Escócia, cinco turbinas eólicas de Hywind Scotland se parecem muito com qualquer outro projeto eólico off-shore (em alto mar), mas com uma grande diferença: elas são flutuantes.
Enquanto as turbinas offshore convencionais são presas sobre torres de metal e concreto fixadas no fundo do mar, as turbinas de Hywind repousam sobre quilhas de aço flutuantes.
Elas possuem um sistema de contrapeso que as mantém equilibradas, apesar das ondas e ventoss. Essas turbinas estão mudando a maneira como os investidores em energias verdes podem aproveitar a forçaa dos ventos em alto mar.
Trata-se de uma revolução importante neste momento em que o mundo se esforça para cumprir as metas líquidas de emissão zero de carbono, por causa das mudanças climáticas.
O setor de energia como um todo representa atualmente cerca de três quartos de todos os gases de efeito estufa emitidos pela atividade humana, segundo reportagem da BBC. Até 2040, metade das necessidades energéticas mundiais terá que ser atendida pela eletricidade produzida com emissão líquida zero de carbono.
Eólicas flutuantes podem ser instaladas longe da costa, onde os ventos são mais fortes e constantes
Ao contrário das unidades eólicas fixas no fundo do mar, as turbinas flutuantes podem operar em águas profundas, longe da costa, onde os ventos tendem a ser mais fortes e consistentes.
As turbinas flutuantes foram criadas por Henrik Steisdal, um inventor dinamarquês. “Vários países têm grandes áreas offshore próximas a seus centros populacionais, mas em profundidades que são simplesmente grandes demais para turbinas com fundo fixo”, explica Steisdal.
“Em lugares como Coreia, Taiwan, Japão e Califórnia, você só pode gerenciar uma quantidade moderada de vento offshore convencional, ou talvez até mesmo nenhum, então as turbinas flutuantes são a única opção a longo prazo.”
Por enquanto, o preço dos projetos eólicos flutuantes ainda é alto – custando quase o dobro por megawatt-hora de eletricidade produzida em comparação com as usinas eólicas convencionais fixadas no fundo do mar. Mas espera-se que esses custos caiam com a evolução da tecnologia.