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Reino Unido estuda mistura de vacinas contra a covid-19

Objetivo é verificar possível ajuda em caso de interrupção inesperada da vacinação e aumento de eficácia

vacina

Atualmente, mistura de vacinas contra a covid-19 só é recomendada em casos excepcionais no Reino Unido | Foto: Divulgação

Um estudo no Reino Unido procura verificar se a mistura de vacinas, com administração de diferentes substâncias na primeira e segunda doses pode ser eficaz na prevenção da covid-19.

Atualmente, tanto no Reino Unido quanto em Portugal, as autoridades de saúde estabelecem que a mistura de vacinas não deve ser realizada.

O objetivo é verificar se é possível ajudar em um caso de potencial interrupção inesperada nas entregas, mas também verificar se há alguma mistura que possa dar maior proteção.

O ensaio “Com-Cov”, do National Immunisation Schedule Evaluation Consortium, é liderado pelo professor Matthew Snape, da Universidade de Oxford.

A duração prevista da pesquisa é de 13 meses, sendo que algumas conclusões poderão ser alcançadas até junho.

Esse estudo recebeu investimentos de 7 milhões de libras por parte do governo (R$ 51 milhões) e deverá envolver mais de 800 voluntários, com mais de 50 anos, na Inglaterra.

Alguns dos voluntários vão receber a vacina Oxford/AstraZeneca, seguida da vacina Pfizer/BioNTech, enquanto outros farão o processo contrário, sempre com quatro ou 12 semanas de intervalo.

Outro objetivo da pesquisa é perceber o impacto da imunização perante novas variantes da covid-19.

Mistura excepcional de vacinas

No Reino Unido, a orientação formal do Comitê para a Vacinação e Imunização estabelece, até o momento, que a vacinação não deve ser combinada.

Quem já recebeu a vacina Pfizer/BioNTech ou Oxford/AstraZeneca deve receber a mesma imunização na segunda dose.

Prevê, no entanto, em circunstâncias muito raras, que uma vacina diferente possa ser utilizada: quando apenas uma imunização estiver disponível ou no caso de não se saber que vacina foi dada na primeira dose.

Potenciais vantagens

Do ponto de vista científico, existem boas razões para acreditar que essa nova abordagem de mistura possa ser benéfica.

Na luta contra o ebola, por exemplo, há programas de imunização que preveem diferentes vacinas, de forma a conferir maior proteção.

Nadhim Zahawi, ministro responsável pelo processo de vacinação no Reino Unido, destaca que a mistura de doses é comum em vacinas anteriores, especialmente nas imunizações contra a hepatite, poliomielite, sarampo ou rubéola.

No entanto, o representante do governo britânico para a vacinação assegura que não haverá mudanças na abordagem seguida atualmente no Reino Unido, pelo menos até ao verão.

Em entrevista à rede britânica BBC, Matthew Snape, da Universidade de Oxford informou que já foram realizados estudos em animais, que mostraram “melhor resposta de anticorpos” quando existe um esquema misto de vacinação. (Agência Brasil)

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