ETF sustentável: motivos para ficar de olho nessa tendência

Os conceitos e importância das iniciativas empresariais associadas ao meio ambiente, inclusão social e governança (ESG, na sigla em inglês), estão cada vez mais disseminados. Ao mesmo tempo, os investimentos em empresas com atuação nessas áreas têm se tornado uma prioridade para muitos brasileiros, especialmente os mais jovens, que buscam propósito em suas formas de consumo. Um ETF (Exchange Traded Funds) sustentável apresenta-se como alternativa, pois consegue unir fatores ambientais, sociais e de governança ligados a empresas sustentáveis.

Também chamados de fundo de índice, os ETFs são fundos de investimento negociados em bolsa de valores como se fossem uma ação e são vinculados a um determinado índice. A vinculação a este índice é uma das possibilidades de adotar uma causa.

A combinação de diversificação e sustentabilidade pode oferecer uma maneira eficiente de investir em setores ambientalmente corretos, alinhando objetivos financeiros aos valores éticos e ambientais de cada um. Aplicar em empresas sustentáveis é maneira fácil de construir um patrimônio e ao mesmo tempo contribuir para um futuro mais responsável.

Investir com propósito

Por suas características, os ETFs podem ser vinculados a um determinado aspecto ESG ou até mesmo a uma causa específica. No cenário de empresas, os princípios ESG podem estar vinculados a muitos fatores. A diversidade é uma das discussões em voga e a igualdade de oportunidades e fomento à lideranças femininas é um tema em destaque.

Já existem no mercado ETFs voltadas a essas tendências. É o caso do O Safra ETF Mulheres na Liderança (ELAS11), do Banco Safra, que replica o Índice Teva Mulheres na Liderança e propõe uma carteira composta por empresas com maior representatividade feminina. A metodologia do índice mede o grau de presença de mulheres em todos os órgãos de governança das empresas brasileiras de capital aberto e contempla cerca de 8 mil posições. A carteira do ETF é composta pelas 50% empresas ranqueadas com maior pontuação.

A composição do fundo de índice é reavaliada a cada três meses. Além disso, a taxa de administração é mais acessível em comparação a fundos tradicionais e há maior liquidez, com prazo de resgate de dois dias.

Cresce o número de investidores jovens guiados por propósitos

Mudanças no comportamento geracional em investimentos contemplam, principalmente, motivos de escolha dos produtos. Dados do Raio-X do Investidor Brasileiro 2023, da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), revelam que os millenials, que têm entre 26 e 40 anos, superaram a Geração X, entre 41 e 60 anos, em proporção de investidores.

A geração mais jovem teve aumento de 5%, alcançando 38% do total, enquanto a geração X marcou 37%, com um crescimento menor, de 5%. O aumento entre investidores da geração Z, entre 16 e 25 anos, foi ainda maior, de 8%, aproximando-se das outras gerações com 34%.

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Além de mais interessados em investir, os mais jovens investem de forma diferente. A geração X ainda tem a caderneta de poupança como principal investimento, enquanto a geração Z é a menos apegada a este formato de investimento e demonstra mais apetite para outras modalidades na busca por rentabilidade.

Há, também, um contraste que coloca o interesse por iniciativas sustentáveis em evidência. A geração Z busca marcas e produtos alinhadas aos seus propósitos, sejam eles ambientais, sociais ou ligados à diversidade. Para 53% deles, este é o principal critério na hora de consumir, segundo uma pesquisa de 2022 da HSR – Specialist Researchers.

Na contramão, 61% dos integrantes da geração baby boomers, com mais de 61 anos, buscam saber apenas se os produtos e serviços estão de acordo com o gosto e necessidade pessoal.

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