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Emprego nos Estados Unidos supera expectativas e derruba mercados

Relatório de mercado de trabalho de janeiro do Departamento de Trabalho dos EUA indica abertura de 333 mil vagas de emprego - mercado esperava 185 mil

Payroll EUA

Em janeiro, a abertura de vagas continuou em alta em serviços, saúde, varejo e assistência social | Foto: Getty Images

Os Estados Unidos criaram 353 mil empregos em janeiro, resultado acima das 333 mil vagas revisadas de empregos abertas em dezembro, de acordo com dados do relatório de mercado de trabalho de janeiro do Departamento de Trabalho dos EUA, o “payroll”. O número ficou bem acima da média mensal de empregos criados em 2023, de 255 mil vagas.

O resultado veio muito acima do consenso dos economistas ouvidos pelo “The Wall Street Journal”, de 185 mil vagas, mostrando que o mercado de trabalho dos EUA segue bastante aquecido.

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O ‘payroll’ de novembro foi revisado em alta de 9 mil vagas, de 173 mil para 182 mil, e o de dezembro adicionou 117 mil vagas, de 216 mil para 333 mil. As duas revisões adicionam 126 mil novas vagas no mercado de trabalho.

Em janeiro, a abertura de vagas continuou em alta em serviços, saúde, varejo e assistência social, enquanto os setores de mineração, petróleo e gás perderam vagas.

Segundo o “payroll”, a taxa de desemprego ficou estável em 3,7% em janeiro ante dezembro pelo terceiro mês consecutivo. O dado ficou abaixo do consenso, que era de uma taxa de 3,8%. O número de pessoas desempregadas ficou em 6,1 milhões em janeiro ante 6,3 milhões em dezembro. A proporção da população empregada ficou em 60,2%, ante 60,1% no mês anterior. A participação na força de trabalho ficou estável em 62,5%.

Em janeiro, a média salarial por hora cresceu 0,6% ante dezembro, acima do consenso de 0,3%. Em relação a janeiro de 2023, a média salarial por hora aumentou 4,5%, também acima do consenso de 4,1%.

Payroll acima do esperado afeta mercados

Os ativos domésticos sofreram forte deterioração após a divulgação do relatório de empregos (“payroll”) dos Estados Unidos referente a janeiro. Com números muito acima do esperado na geração de empregos, uma taxa de desemprego abaixo do previsto e surpresa na alta dos salários, o mercado passou a incorporar nos preços o ambiente de força adicional da economia americana, o que resultou em alta do dólar e dos juros futuros e consequente queda do Ibovespa.

Na curva de juros, o salto dos rendimentos dos Treasuries puxou para cima as taxas futuras. Enquanto o retorno da T-note de dez anos já se aproxima novamente dos 4%, a taxa do DI para janeiro de 2029 subiu de 10,19% no ajuste anterior para 10,29% na máxima do dia.

Já o dólar comercial abandonou a leve queda que apresentava pela manhã e passou a subir com consistência em alta de 0,78%, a R$ 4,9538, enquanto o índice DXY passou a apreciar 0,57%, aos 103,633 pontos. 31 das 33 moedas mais líquidas acompanhadas pelo Valor são penalizadas frente ao dólar.

O Ibovespa, que havia começado o dia perto da estabilidade, se firmou em queda logo após a divulgação do dado e passou a trabalhar abaixo do patamar de 128 mil pontos. O principal índice da bolsa brasileira caía 0,52%, aos 127.812 pontos. O índice de small caps, composto principalmente por ações mais sensíveis aos juros, tinha recuo ainda maior, de 0,91%. (Valor Econômico)

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