Após Pfizer, EUA liberam remédio da Merck para o tratamento da covid-19
Autoridade sanitária do país autoriza uso de nova pílula de molnupiravir para adultos de grupos de risco, incluindo os idosos
23/12/2021A Food and Drug Administration (FDA, autoridade sanitária dos Estados Unidos semelhante à Anvisa) autorizou nesta quinta-feira, 23, um segundo remédio para o enfrentamento da pandemia da covid-19 e a crescente onda de infecções pela variante ômicron.
A autorização para o molnupiravir, pílula antiviral produzida pela Merck – MSD, no Brasil – que pode ser tomado em casa, vem um dia depois que a agência liberou o comprimido da Pfizer (Paxlovid).
A FDA autorizou o medicamento da Merck para adultos com sintomas de covid e que enfrentam os maiores riscos de hospitalização, incluindo idosos e pessoas com doenças como obesidade e doenças cardíacas.
Especialistas dizem que as vacinas continuam como a principal estratégia para controlar a pandemia, mas os medicamentos ajudam a fechar o cerco contra o vírus.
A expectativa é que o remédio da Pfizer se torne a primeira opção de tratamento contra a covid-19, graças aos seus benefícios e efeitos colaterais mais brandos.
Em consequência disso, espera-se que a pílula da Merck tenha um papel menor contra a pandemia.
Pontos de atenção ao remédio da Merck contra a covid-19
Sua capacidade de evitar infecções severas por causa do coronavírus é bem menor do que o anunciado inicialmente e o rótulo do medicamento avisará de sérios problemas de segurança, incluindo potencial complicações em recém-nascidos.
O molnupiravir também traz um aviso contra o uso durante gravidez. Mulheres em idade fértil devem usar métodos anticoncepcionais durante o tratamento e por alguns dias depois.
Já os homens devem usar o controle de natalidade por pelo menos três meses após a dose final, disse a FDA.
As restrições eram esperadas após um painel consultivo da FDA. O medicamento foi endossado com muitas ressalvas e avisando que seu uso teria que ser estritamente adaptado para os pacientes que mais podem se beneficiar.
A pílula da Pfizer funciona de maneira diferente e não apresenta os mesmos riscos.
Além disso, o medicamento da Pfizer foi cerca de três vezes mais eficaz em testes, reduzindo hospitalização e morte em 89% entre os pacientes de alto risco, ante 30% da Merck.
O Reino Unido já autorizado a pílula pela primeira vez no início de novembro. Os dois comprimidos – da Pfizer e da Merck – ainda não têm autorização no Brasil. (AE)