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Fluxo de capital estrangeiro revisado pela B3 fica negativo em R$ 7,2 bilhões

B3 conluiu revisão do valor de R$ 70,8 bilhões em 2021, que computou indevidamente os dados de operações de empréstimos de ações

B3

Empréstimos de ações em tela entraram em vigor em outubro de 2020 e estavam sendo computados indevidamente no fluxo de capital estrangeiro | Foto: Getty Images

A B3 (#B3SA3) concluiu a revisão de dados referentes ao fluxo de capital estrangeiro na Bolsa em 2020 e 2021. Em abril, a B3 já havia revisado os valores após revisar a metodologia de cálculo do saldo da entrada de recursos de investimentos estrangeiros via mercado financeiro. Na época, a mudança provocou uma redução de R$ 27 bilhões no valor do saldo acumulado em 2022. Agora, passados 50 dias, a bolsa informou que o fluxo positivo em 2021, de R$ 70,8 bilhões, na verdade foi um fluxo negativo de R$ 7,2 bilhões.

A revisão foi motivada pela identificação de que as operações de empréstimo de ativos em tela passaram a ser capturadas nas estatísticas de fluxo financeiro de maneira incorreta, a partir de outubro de 2020. O fluxo revisado de 2022 já havia sido divulgado em 1º de abril, encolhendo o saldo positivo de R$ 91,1 bilhões para R$ 64,1 bilhões.

Saiba mais:

Em 2020, o impacto foi menor, já que o problema começou em outubro daquele ano. O fluxo negativo de R$ 31,8 bilhões naquele ano aumentou para um saldo negativo de R$ 39,7 bilhões.

B3 computou fluxo de capital estrangeiro com valor indevido de empréstimos de ações

O fluxo de capital estrangeiro em 2021 anunciado inicialmente chegava a R$ 91,1 bilhões, antes da revisão das informações pela B3

O saldo da entrada de estrangeiros é a diferença entre a entrada de recursos investidos na Bolsa e o valor da venda de ações pelos investidores estrangeiros. A B3 justificou a mudança com a informação de que identificou que os empréstimos de ações por estrangeiros estavam sendo capturados pela estatística – sendo que, neste caso, o investidor não está comprando nem vendendo. Assim, a decisão foi de retirar esse montante do cálculo, segundo a área de produtos da B3.

Os empréstimos de ações em tela pela B3 só entraram em vigor em outubro de 2020 e, de forma indevida, passaram a ser capturados pela metodologia. Os investidores fazem empréstimos de ações “fora da tela”, mas esses números não estavam sendo contabilizados.

O empréstimo de ações se trata de uma operação em que investidores emprestam suas ações a outros investidores, por prazo determinado, mediante a cobrança de uma taxa acertada pelas partes por uma certa quantidade de ações.

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