B3 revisa cálculo e corta saldo de investimentos estrangeiro em ações
O fluxo de capital estrangeiro neste ano estava em R$ 91,1 bilhões, e com a nova metodologia o valor caiu para R$ 64,1 bilhões.
01/04/2022
Por enquanto, só o dado de 2022 foi revisado, mas os dados de 2021 e 2020 também serão alterados | Foto: Getty Images
A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) anunciou uma mudança na metodologia de cálculo do saldo da entrada de recursos de investimentos estrangeiros via mercado financeiro. A mudança provocou uma redução de R$ 27 bilhões no valor do saldo acumulado em 2022.
O fluxo de capital estrangeiro neste ano estava em R$ 91,1 bilhões, e com a nova metodologia o valor caiu para R$ 64,1 bilhões.
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O saldo da entrada de estrangeiros é a diferença entre a entrada de recursos investidos na Bolsa e o valor da venda de ações pelos investidores estrangeiros. A B3 justificou a mudança com a informação de que identificou que os empréstimos de ações por estrangeiros estavam sendo capturados pela estatística – sendo que, neste caso, o investidor não está comprando nem vendendo. Assim, a decisão foi de retirar esse montante do cálculo, segundo o diretor executivo na área de produtos da B3, Luís Kondic.
O executivo explicou que, por enquanto, só o dado de 2022 foi revisado, mas que os dados de 2021 e 2020 também serão alterados. Pelos dados divulgados, em 2020 o saldo de estrangeiros foi negativo em R$ 31,8 bilhões e positivo em cerca de R$ 70 bilhões no ano seguinte. Segundo o diretor da Bolsa, ainda não foi estabelecido prazo para que essa revisão seja feita.
Kondic explica que os anos anteriores não terão mudanças porque os empréstimos de ações em tela pela B3 só entraram em vigor em outubro de 2020 e, de forma indevida, passaram a ser capturados pela metodologia. Os investidores fazem empréstimos de ações “fora da tela”, mas esses números não estavam sendo contabilizados.
O empréstimo de ações se trata de uma operação em que investidores emprestam suas ações a outros investidores, por prazo determinado, mediante a cobrança de uma taxa acertada pelas partes por uma certa quantidade de ações. (AE)
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