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FMI projeta inflação global maior e mais persistente

Diretor diz que pressões inflacionárias recentes refletem desequilíbrios temporários entre oferta e demanda

Notas de dinheiros de vários países, alusiva à inflação global prevista pelo FMI

Desequilíbrios que geraram inflação são influenciados por altas nos preços de commodities, diz o FMI | Foto: Getty Images

O diretor de Comunicações do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gerry Rice, afirmou nesta quinta-feira, 24, que a entidade enxerga risco de que a inflação global se mostre “maior e mais persistente”.

Segundo ele, a visão do FMI é que o “salto” recente nas pressões inflacionárias reflete desequilíbrios entre a oferta e a demanda que são temporários.

Esses desequilíbrios que geraram movimentos de inflação, de acordo com o FMI, são influenciados ainda por altas nos preços de commodities, ante uma base de comparação “muito fraca” no ano passado.

De qualquer modo, Rice disse que os riscos de inflação mais persistente e elevada “devem ser levados em conta”.

Rice tratou do tema durante entrevista coletiva virtual do Fundo Monetário Internacional.

Visão do FMI para inflação nos EUA

Questionado especificamente sobre o quadro da inflação nos Estados Unidos, o porta-voz do FMI demonstrou confiança na postura do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

Para ele, o BC dos EUA “ajudará a manter a inflação ancorada” no país e, com uma comunicação clara, a “mitigar potenciais riscos”.

Argentina e Clube de Paris

O diretor de Comunicações do FMI saudou o progresso da Argentina em seu diálogo com os credores do Clube de Paris – instituição informal formada por 22 países para ajudar nações em dificuldades econômicas.

Na terça-feira, 22, o ministro argentino da Economia, Martín Guzmán, anunciou um acordo temporário com o grupo sobre a dívida de US$ 2,4 bilhões (R$ 11,8 bilhões), vencida em maio.

Agora, a Argentina irá fazer um pagamento parcial de US$ 430 milhões (R$ 2,1 bilhões) e terá o prazo de negociações de sua dívida estendido até 31 de março de 2022.

Rice disse não ter previsão de quando o FMI chegará a um acordo com a Argentina sobre a dívida do país.

“Seguimos trabalhando estreitamente com autoridades da Argentina para respaldar o retorno do país a um crescimento inclusivo”, disse o porta-voz.

O diretor classificou as conversas em andamento com Buenos Aires como “construtivas” e “produtivas”, durante coletiva à imprensa virtual da entidade.

Rice disse ainda esperar um encontro com Guzmán e sua equipe em uma reunião do G-20 em julho, na Itália. (AE)

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