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Grandes fundos negociam compra da Braskem

Após tentativas frustradas de venda das fatias de Novonor e Petrobras, empresa vê potencial em private equities como Apollo, Starboard e Advent

Entrada de unidade da Braskem, que busca alguém para sua compra, na Bahia, com céu azul

Em busca de alguém para as compra de suas operações globais, a Braskem quer acessar o Novo Mercado, mais alto nível de governança da B3, bolsa de valores brasileira | Foto: Getty Images

Depois de muitas tentativas frustradas de encontrar alguém disposto à compra, a petroquímica Braskem (BRKM5) está novamente no mercado, tentando achar um novo dono para suas operações globais.

Após quase fechar negócio com a rival holandesa LyondellBasell em 2019 e de garantir a saída de seus principais sócios – Novonor (ex-Odebrecht) e Petrobras (PETR4) – via uma oferta de ações em Bolsa, a companhia voltou à ideia original de encontrar um comprador no mercado privado. E agora são os private equities (fundos que compram participações em empresas) o alvo preferencial.

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A percepção de fontes que acompanham o negócio é de que não haverá um grande número de interessados por conta do tamanho do cheque estimado pela empresa, de cerca de R$ 40 bilhões.

Entre os nomes que estão analisando a transação estão fundos como Apollo, Starboard e Advent. O banco Morgan Stanley está assessorando a operação. As conversas com os private equities já começaram e devem ser anunciadas em breve.

Em 2019, a Odebrecht chegou perto de vender sua fatia na Braskem à LyondellBasell, mas a negociação foi suspensa devido ao aumento da insegurança jurídica em torno do grupo – um dos pivôs da Lava Jato – e outros imbróglios, como a dificuldade de se calcular os gastos com a reparação dos danos causados pela exploração de sal-gema pela petroquímica em Maceió.

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Problemas em série

O processo de venda da Braskem é antigo, mas o formato da operação é complexo. Inicialmente, não estava claro se a Petrobras venderia sua fatia. E os potenciais interessados trouxeram a demanda de fatiamento da empresa.

No entanto, no fim do ano passado - com o mercado de renda variável em efervescência -, Novonor e Petrobras acertaram que a venda ocorreria via ofertas de ações.

Um sindicato de bancos foi contratado para estruturar a transação. A ideia seria fazer esse movimento aos poucos, por causa do tamanho da operação.

Entre o planejamento e a execução da estratégia, no entanto, o mercado de ofertas se fechou - e as companhias foram obrigadas a voltar à estaca zero.

Por que a compra da Braskem por investidores é importante para Braskem e Petrobras

Para a antiga Odebrecht, a venda é um passo para seguir com seu plano de recuperação judicial, que envolve dívida de R$ 100 bilhões.

Apesar do fracasso da operação na B3, a Braskem quer ingressar no Novo Mercado - que tem mais exigências de governança corporativa - como forma de conquistar investidores.

Do lado da Petrobras, a venda em Bolsa ou para fundos privados muito capitalizados significa dar continuidade de saída de seus ativos não estratégicos.

Das ações com direito a voto na Braskem, a Novonor detém 50,1% e a Petrobras, 47%. O restante está nas mãos de minoritários.

Procurado, o Starboard não quis comentar. Advent, Petrobras, Novonor e Braskem não retornaram os contatos. (AE)

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