Quem é Gabriel Galípolo, novo diretor de Política Monetária do Banco Central
Economista é considerado o braço direito do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e já é citado como provável sucessor de Campos Neto
08/05/2023O economista Gabriel Galípolo, secretário-executivo do ministério da Fazenda, é o nome escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a diretoria de Política Monetária do Banco Central. Galípolo é considerado o braço direito do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Além de Galípolo, Haddad também confirmou o nome de Ailton Aquino dos Santos para a diretoria do Banco Central, na área de Fiscalização da autoridade monetária.
Gabriel Galípolo, ex-CEO do Banco Fator, é mestre em economia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e tem passagem tanto pelo setor público como pelo privado. O nome dele já é citado como provável sucessor de Roberto Campos Neto, atual presidente do BC, indicado na gestão Bolsonaro. É também apontado por colegas como um negociador habilidoso com trânsito no setor empresarial e financeiro que gosta de trabalhar em equipe.
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Galípolo foi chefe da Assessoria Econômica da Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo (2007) e diretor de Estruturação de Projetos da Secretaria de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo (2008).
Gabriel Galípolo já presidiu o Banco Fator e foi cogitado para o BNDES
Ex-presidente do Banco Fator, entre 2017 e 2021, ele é professor da UFRJ, pesquisador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e conselheiro da Fiesp.
Para o economista-chefe do Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, o fato de Galípolo ter atuado no setor público, na academia e na área financeira é uma vantagem na articulação política. “Essa experiência dá uma visão menos ingênua na execução política”, declarou Gonçalves em reportagem do Estadão.
Antes de ir para o Ministério da Fazenda, Galípolo foi cotado para presidir o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), posto que ficou com o coordenador do programa de governo de Lula, o economista e ex-ministro Aloizio Mercadante.
O economista começou a despertar mais atenção em novembro do ano passado, quando acompanhou a deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente do Partido dos Trabalhadores, em um jantar de campanha com empresários em São Paulo, promovido pelo grupo Esfera Brasil.
Sua presença foi interpretada como uma tentativa do partido de buscar um discurso menos radical na economia, com Galípolo se empenhando em reduzir a tensão entre Lula e parte do setor financeiro. O economista é próximo ao PT há mais de dez anos. Em 2010, colaborou na construção do plano de governo do ex-ministro Aloizio Mercadante.
Durante a campanha eleitoral, Galípolo tornou-se um dos principais interlocutores da campanha petista com o mercado, principalmente em relação às questões fiscais e o tamanho da licença para gastar que seria necessária no início do governo caso Lula fosse eleito.
Ele já disse ver com cautela a independência do Banco Central e o teto de gastos. Para ele, o País não deveria ter um regime fiscal pró-cíclico, ou seja, que acaba acentuando o ciclo econômico para o bem ou para o mal. Assim, o mais indicado, por exemplo, quando a economia piora, seria expandir os gastos públicos e não cortar, como exige o teto.