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Galípolo: atividade e inflação mostram resiliência acima do esperado

Diretor de Política Monetária do BC elogia reformas, mas diz que inflação se mostra mais persistente do que o previsto no início do ano

Galípolo

“A inflação se mostra mais persistente e resiliente do que era esperado inicialmente”, afirmou Galípolo | Foto: Agência Brasil

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, analisou o cenário no Brasil destacando que tanto a atividade econômica quanto a inflação exibem resiliência, assim como ocorre em outras economias do mundo. Após falar das preocupações nesta quinta-feira, 5, durante fórum em São Paulo, Galípolo lembrou que os juros futuros começaram a cair antes mesmo do ciclo de cortes da Selic, em decorrência tanto das medidas anunciadas no primeiro semestre, como o novo marco fiscal e a manutenção da meta de inflação, quanto de um cenário mais benigno da inflação doméstica.

Apesar disso, ele ponderou que a inflação se mostra mais persistente e resiliente do que era esperado inicialmente. Ele citou, em especial, a resiliência de indicadores como serviços subjacentes (núcleo da inflação).

Saiba mais:

Durante fórum sobre fundos imobiliários realizado, em São Paulo, pelo GRI Club, Galípolo comentou que os economistas estão revendo variáveis não observáveis, como o hiato do produto, a taxa de juros neutra e o PIB potencial, na tentativa de entender as surpresas positivas com a atividade, que cresce acima do inicialmente previsto, e da inflação, cuja queda é maior do que se esperava.

Ele citou previsões de crescimento entre 2,8% e 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano e a volta das captações de fundos, chamando a atenção para a notícia, publicada na quarta-feira, 4, pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), sobre a fila nas corretoras para colocação de ofertas.

Ao elencar as possíveis explicações às surpresas tanto de PIB quanto de inflação, o diretor de política monetária do BC apontou o impulso da supersafra, assim como a leitura de que as reformas realizadas nos últimos anos podem ter elevado o PIB potencial.

BC não discute meta de inflação, afirma Gabriel Galípolo

O diretor de Política Monetária do Banco Central destacou a melhora das expectativas do mercado, porém reconheceu que a inflação se mostra mais persistente e resiliente do que se esperava originalmente. Reiterando o compromisso do BC de perseguir a meta de 3% fixada para os próximos anos, ele lembrou que as expectativas de inflação seguem parcialmente desancoradas – ou seja, afastadas da meta central.

“Quem está no Banco Central não discute a meta, apenas persegue a meta. E a meta é 3%”, disse Galípolo, durante fórum sobre fundos imobiliários realizado, em São Paulo, pelo GRI Club.

Ele pontuou que as expectativas de inflação para 2025 adiante seguem em 3,5%.

Galípolo salientou que há espaço para o BC ajustar o ritmo de contração da taxa básica, sem tirar a Selic da zona contracionista.

Ao explicar a indicação de novos cortes de 0,5 ponto porcentual da Selic nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), ele assinalou que esse ritmo permite à autoridade monetária ajustar o passo, se necessário, ao mesmo tempo em que observa a reação da economia ao ciclo de flexibilização monetária. (AE)

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