Gerdau espera alta de 4% na demanda real por aço em 2022
Em 2021, o forte movimento de formação de estoques levou a Gerdau ao melhor resultado em 120 anos de atividades
23/02/2022A demanda por aço no mercado brasileiro neste ano deve ser semelhante à do ano passado. O consumo real, no entanto, que exclui formação de estoques, deve crescer em torno de 4%, segundo avaliação do presidente da Gerdau, Gustavo Werneck.
Segundo ele, no ano passado ocorreu movimento de reestocagem “muito forte” na rede distribuidora, o que não deve ocorrer neste ano. “Com isso, fica a impressão de que a demanda caiu, mas a demanda real continua muito forte”, disse Werneck. “Construção e indústria tem boas perspectivas de crescimento.”
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O ano passado foi o melhor resultado dos 120 anos da Gerdau. Segundo Werneck, a companhia obteve um Ebitda, de R$ 23,68 bilhões, representa a soma dos resultados gerados nos três últimos anos.
“Antes deste resultado, a melhor geração de caixa havia sido alcançada em 2020, com R$ 7 bilhões, e esse ano estamos com perpectiva bastante positiva”, disse. “Excluindo 2021, vai se o melhor ano da Gerdau e vamos nos aproximar mais do patamar de Ebitda de R$ 23 bilhões do que os R$ 7 bilhões de 2020.”
Segundo ele, a demanda pelos produtos siderúrgicos no primeiro trimestre, principalmente nos Estados Unidos, está ainda mais forte do que no ano passado. “Isso é mais do que suficiente para mitigar essa ligeira queda dos resultados no Brasil.”
Carteira de pedidos da Gerdau nos EUA está com 71 dias de vendas
Werneck ressaltou que a Gerdau tem uma carteira de pedidos nos Estados Unidos para 71 dias de vendas, sem contar os negócios que devem surgir com o pacote de investimentos de infraestrutura do governo Joe Biden, de US$ 1,2 trilhão. “Além disso, a perpectiva é de aumento de cerca de 4% do PIB americano este ano”, afirmou. “Temos um amplo mercado para crescer.”
A alta dos juros no Brasil, que vem desacelerando o ritmo de venda de imóveis no mercado interno, não devem ser sentida pelo setor siderúrgico neste primeiro semestre, segundo o executivo. “Há muitas obras em andamento no país e isso vai sustentar a demanda em boa parte do ano”, acrescentou. “Podemos sentir esse esfriamento do mercado imobiliário no início de 2023.”