Heineken desiste de cervejaria no berço de Luzia, humano mais antigo das Américas

O Grupo Heineken anunciou nesta segunda-feira, 13, que sua nova cervejaria no Brasil não será mais construída em Pedro Leopoldo, Minas Gerais. Em setembro, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) embargou a obra, em razão do risco de afetar o sítio arqueológico onde foi localizado o crânio de Luzia, o fóssil humano mais antigo das Américas.

Segundo a companhia, a decisão foi tomada após diálogo sobre os diferentes entendimentos de órgãos envolvidos e da sociedade em geral, relacionados à proximidade do atual terreno com uma importante área de preservação ambiental e arqueológica da região. A empresa promete anunciar em breve o novo local que receberá sua unidade, também no Estado mineiro.

Cervejaria seria erguida na área onde foi achado o crânio de Luzia, o fóssil humano mais antigo das Américas

Em setembro, as obras da fábrica de cerveja tiveram a suspensão recomendada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).

A área de construção da multinacionalficava em Zona de Conservação do Desenvolvimento Industrial (ZCDUI) da Área de Proteção Ambiental (APA) Carste de Lagoa Santa, com possibilidade de causar danos ao local onde foi encontrado Luzia, o fóssil humano mais antigo das Américas.

A construção de uma unidade cervejeira em Minas chegou a ser anunciada e comemorada pelo governador Romeu Zema (Novo), em dezembro do ano passado. Conforme a Agência Minas, o investimento da marca no Estado seria de R$ 1,8 bilhão, com geração de 350 empregos diretos. “A chegada de uma gigante como a Heineken em Pedro Leopoldo é uma ótima notícia para Minas Gerais”, disse Zema, na época.

A página da Prefeitura de Petro Leopoldo nas redes sociais ainda tem postagens antigas comemorando a fábrica e anunciando contratações. (Com AE)