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São Paulo terá primeira estação de hidrogênio renovável do mundo

Estação experimental terá parceria da Shell, Raízen e Toyota com o Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa da USP

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O etanol é usado para gerar hidrogênio combustível para carros elétricos | Foto: Getty Images

A construção da primeira estação experimental de abastecimento de hidrogênio renovável a partir do etanol do mundo foi anunciada nesta quinta-feira, 10, pelo Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) da Universidade de São Paulo (USP). A iniciativa é uma parceria com a Shell, Raízen e Toyota. A planta-piloto do projeto será capaz de produzir 4,5 quilos de H2 por hora, possibilitando o abastecimento de até três ônibus e um veículo leve. Inicialmente, a previsão é que a estação já esteja em operação regular no segundo semestre de 2024.

O etanol é usado para gerar hidrogênio combustível para carros elétricos. O objetivo é escalonar a produção e atingir viabilidade econômica. O investimento é de R$ 50 milhões da Shell Brasil, obtido com recursos da cláusula de PD&I da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

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O presidente da Shell Brasil, Cristiano Pinto da Costa, afirmou durante o anúncio que o objetivo do projeto é “demonstrar que o etanol pode ser vetor para hidrogênio renovável, aproveitando a logística já existente da indústria”. Ele destacou que a tecnologia pode ajudar a descarbonizar setores que consomem energia proveniente de combustíveis fósseis, realizando uma mudança efetiva na indústria nacional.

“O Brasil tem condições de liderar no mundo a sustentabilidade por alinharmos agricultura, energia e engenharia, que vão se tornar cada vez mais importantes para vencermos os desafios que temos em relação a mudanças climáticas”, disse o diretor-executivo e científico do RCGI, Júlio Meneghini.

Meneghini destacou que o hidrogênio se torna uma grande oportunidade no mercado sustentável pela capacidade de ter uma pegada negativa, algo que, segundo ele, nem mesmo outras tecnologias que já existem são capazes. “A criação desse projeto é uma questão estratégica não só para a economia, mas para a sociedade brasileira.”

Participam também do desenvolvimento da estação como parceiros a Hytron, Senai CETIQT e a Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

O etanol será transformado em hidrogênio sustentável após ser submetido a temperaturas e pressões específicas por meio de um reformador a vapor desenvolvido pela empresa especializada em hidrogênio e energia Hytron.

Ao longo do funcionamento da estação experimental, os pesquisadores vão validar os cálculos sobre as emissões e custos do processo de produção de hidrogênio.

“O hidrogênio produzido do etanol passa a ter um papel ainda mais relevante e de elevado impacto para a transição energética do país e do mundo”, aponta o diretor comercial da Hytron, Daniel Lopes.

Daniel Maia, presidente da ANP, afirmou que a obrigação das empresas que exploram petróleo no Brasil em investir em pesquisa e desenvolvimento é uma das causas que levam a projetos como esse. Em 2022, R$ 4,4 bilhões vindos dessa fonte foram investidos em pesquisas. Atualmente, 190 instituições são capacitadas a receberem esse fundo. (AE)

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