close

Ibovespa fecha em nível recorde de 132 mil pontos com impulso da Vale

A maior influência positiva do dia foi Vale ON, que subiu 3,33%, após o minério avançar 3,5%; dólar cai 0,49% cotado a R$ 4,88

Cotações

Dólar encerrou o pregão em queda de 0,49%, cotado a R$ 4,8872 no mercado à vista | Foto: Getty Images

O índice Ibovespa, da B3, fechou pela primeira vez acima de 132 mil pontos nesta quinta-feira (21). O principal indicador da bolsa brasileira subiu 1,05%, chegando a 132.182,01 pontos. O resultado reflete a alta das ações da mineradora Vale, em função da alta dos futuros do minério de ferro na Ásia, e de um pregão positivo em Wall Street.

A máxima do dia do Ibovespa foi 132.276,93 pontos, e a mínima chegou a 130.822,35 pontos. O índice tem registrado recordes de máximas históricas intradiárias e também de fechamento neste mês. A perspectiva de corte de juros em 2024 nos Estados Unidos tem atraído capital externo para a bolsa.

Saiba mais

Na bolsa norte-americana, os principais índices acionários subiram entre 0,9% e 1,3% nesta quinta-feira. Dados de atividade econômica e do mercado de trabalho no país, divulgados hoje, confirmaram as expectativas de agentes financeiros de que o Federal Reserve, banco central estadunidense, cortará os juros no primeiro semestre do ano que vem.

No cenário brasileiro, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou hoje que a projeção do Comitê de Política Monetária (Copom) de seguir reduzindo os juros em 0,5 ponto percentual serve apenas para as próximas duas reuniões do colegiado, não valendo para indicar cortes posteriores.

As próximas duas reuniões do Copom estão marcadas para janeiro e março do ano que vem, e a seguinte será em maio. Hoje, a taxa Selic encontra-se em 11,75% ao ano, após quatro reduções seguidas de 0,5 ponto percentual. No corte mais recente, neste mês, o comitê comunicou que deve manter o ritmo de redução “pelas próximas reuniões”, deixando em aberto quanto duraria o ciclo de baixa.

Vale foi destaque no pregão do Ibovespa

A retomada do otimismo dos mercados globais, após correção na tarde de ontem e dados de atividade abaixo do consenso nos EUA, impulsionou o Ibovespa de volta para os 132 mil pontos. O destaque foram as ações da Vale, que avançaram 3,33% em dia de alta firme do minério de ferro. O volume financeiro negociado na sessão (até as 18h20) foi de R$ 14,97 bilhões no Ibovespa e R$ 19,84 bilhões na B3.

Em Nova York, o S&P 500 subiu 1,03%, aos 4.746 pontos, Dow Jones fechou com ganhos de 0,87%, aos 37.404 pontos e Nasdaq avançou 1,26%, aos 14.963 pontos.

Com a correção de ontem sendo atribuída pelo mercado americano a fatores técnicos e após dados de atividade abaixo do consenso reaquecerem a tese de cortes de juros mais próximos nos EUA, os ativos de risco globais voltaram ao campo positivo e deram espaço para o Ibovespa voltar a tocar os 132 mil pontos nas máximas do dia.

A maior influência positiva do dia foi Vale ON, que subiu 3,33%, após o minério avançar 3,5% em Dalian. Antonio Heluany, sócio e analista de commodities da Taruá Capital, diz que espera uma acomodação nos preços da commodity à frente, mas que os dados de demanda seguem positivos, apesar do setor imobiliário do país permanecer enfraquecido.

“Enquanto o mercado esperar por estímulos vindos da China, acredito que o minério de ferro tem algum suporte. Além disso, na virada do ano, os principais países produtores enfrentam período de chuvas, o que reduz a oferta tanto do Brasil, quanto da Austrália. Isso dá um suporte aí do lado de oferta também, podendo manter as cotações mais balanceadas nos patamares atuais”, diz.

Sobre a Vale, o executivo opina que a ação já não é a barganha que era há alguns meses, mas continua interessante para quem tem projeções um pouco mais otimistas para 2024. “Vale negocia hoje a 4x EBITDA, abaixo dos 5x potencial da companhia, com o fluxo de caixa livre na casa de dois dígitos. Ainda gosto da tese por esses motivos, mas estou um pouco menos animado depois da alta dos últimos dois meses”, afirma.

Cenário externo favorece Ibovespa e dólar cai a R$ 4,88

O ambiente externo mais favorável a ativos de risco voltou a dar as cartas para uma valorização do real, em uma dinâmica que foi fortalecida por revisões baixistas em dados de inflação nos Estados Unidos. Assim, o cenário externo deu aval à continuidade do viés otimista em torno do câmbio doméstico, o que levou o dólar a encerrar o pregão em queda de 0,49%, cotado a R$ 4,8872 no mercado à vista.

A dinâmica de desvalorização do dólar se deu, em especial, contra moedas de mercados desenvolvidos e produtores de commodities. No fim da tarde, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar contra uma cesta de outras seis moedas principais, recuava 0,54%, para 101,85 pontos.

Ao mesmo tempo, o dólar recuava 0,50% ante o peso mexicano; cedia 0,48% contra o dólar canadense; enquanto o dólar australiano avançava 0,81% e o dólar neozelandês tinha alta de 0,44% ante a moeda americana. (Valor Econômico e Agência Brasil)

Abra sua conta no Banco Safra.

Assine o Safra Report, nossa newsletter mensal

Receba gratuitamente em seu email as informações mais relevantes para ajudar a construir seu patrimônio

Invista com os especialistas do Safra