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Bolsa sobe após cinco quedas seguidas e dólar volta a ficar abaixo de R$ 5

O dia foi marcado pela recuperação no mercado de ações, com recuperação da Petrobras e Vale; dólar fecha abaixo de R$ 5 pela primeira vez em um mês

Ibovespa dólar cotações

O Ibovespa contou com a recuperação parcial de Petrobras (ON +1,54%, PN +1,50%), que havia tombado mais de 6% no dia anterior, e especialmente de Vale, que subiu 2,29% | Foto: Getty Images

O Ibovespa interrompeu nesta terça-feira série negativa de cinco sessões, e fechou em alta de 0,87%, aos 113,7 mil pontos. Em mais um dia de alívio no mercado financeiro, o dólar voltou a cair e fechou abaixo de R$ 5 pela primeira vez em quase um mês.

O dólar comercial encerrou esta terça-feira (24) vendido a R$ 4,994, com queda de R$ 0,023 (-0,46%). A cotação chegou a abrir em alta, mas passou a despencar após a abertura dos mercados norte-americanos, até fechar próxima dos níveis mínimos do dia. Com o desempenho de hoje, a moeda norte-americana está no menor valor desde 26 de setembro, quando era vendida a R$ 4,98. A divisa acumula queda de 0,66% em outubro e de 5,42% em 2023.

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No mercado de ações, o dia foi marcado pela recuperação. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 113.762 pontos, com alta de 0,87%. O indicador foi impulsionado por petroleiras e mineradoras, além da entrada de capitais no Brasil.

Apesar de ter subido perante as principais moedas dos países emergentes, o dólar caiu em relação ao real. Notícias de que a China pretende promover uma nova rodada de estímulos compensaram a leve alta nos juros dos títulos do Tesouro norte-americano. Isso ocorre porque o país asiático é um grande consumidor de commodities (bens primários com cotação internacional), o que beneficia o Brasil.

Apesar do agravamento do conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas, o mercado financeiro ainda não sofreu turbulências significativas porque a guerra, a menos que se alastre pelo Oriente Médio, tem pequeno impacto na produção de petróleo.

Alta da Petrobras ajuda na recuperação do Ibovespa

O Ibovespa contou com a recuperação parcial de Petrobras (ON +1,54%, PN +1,50%), que havia tombado mais de 6% no dia anterior, e especialmente de Vale, que subiu 2,29% após leve perda na segunda-feira. Assim, o Ibovespa acentuou alta em direção ao fechamento e avançou 0,87%, aos 113.761,90 pontos, tendo mostrado ao longo do dia ganho similar aos de Nova York, entre 0,62% (Dow Jones) e 0,93% (Nasdaq) no encerramento da sessão.

Nesta terça-feira, o Ibovespa oscilou de mínima na abertura aos 112.813,83 até os 114.248,72 pontos, na máxima do dia, com giro financeiro a R$ 20,5 bilhões na sessão. Na semana, o índice mostra agora avanço de 0,54%, ainda cedendo 2,40% em outubro. No ano, o Ibovespa sobe 3,67%.

Na B3, a recuperação vista nas ações dos carros-chefes das commodities mais do que compensou a falta de sinal único na maior parte do dia para as de grandes bancos, em que o destaque, no fechamento, ficou com Santander (Unit +2,54%). Na ponta ganhadora do Ibovespa, CVC (+5,49%), Alpargatas (+5,24%) e Locaweb (+4,33%). No lado oposto, Magazine Luiza (-6,62%), Casas Bahia (-3,77%) e Suzano (-3,47%).

Magalu apanha na Bolsa

A presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, disse nesta terça que a empresa está “apanhando muito na Bolsa” porque “sempre acreditou em loja física”. Ela também afirmou que a crise atual do varejo não é a primeira do setor e, na sua visão, servirá para solidificar a empresa, frente ao crescimento dos últimos anos.

Se o dia foi negativo para Magalu, Petrobras se estabilizou nesta terça-feira, ainda que em grau discreto se comparado à correção vista no dia anterior. “Ontem, as ações da Petrobras tiveram uma reação grande, negativa, à possibilidade de mudança no Estatuto da empresa, mas hoje houve recuperação do ativo, em dia também mais favorável para o câmbio em que o dólar foi negociado abaixo de R$ 5 na mínima do dia, e também no fechamento”, diz Alan Soares, analista da Toro Investimentos.

O diretor de Governança e Conformidade da Petrobras, Mario Spinelli, afirmou que apesar da proposta de mudança no Estatuto Social – no sentido de excluir vedações à indicação de administradores previstas na Lei nº 13.303, de 2016 -, a governança continuará sólida. Ou seja, segundo ele, nada mudará na companhia se houver aprovação da proposta na Assembleia Geral Extraordinária (AGE) que será realizada até dezembro.

“A mudança ajusta o estatuto a qualquer que seja a decisão do Judiciário (sobre a Lei das Estatais)”, disse o diretor à jornalista Denise Luna, do Broadcast no Rio. Ele se referia à discussão no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre exigências legais para nomeação de administradores. “Queremos evitar que tenha que ser convocada uma outra AGE para isso”, acrescentou Spinelli.

De qualquer forma, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) acionou nesta terça a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no sentido de que venha a impedir eventuais indicações políticas na Petrobras, após a aprovação de mudanças estatutárias. Segundo a colunista Malu Gaspar, de O Globo, o parlamentar pede que a CVM impeça eventuais nomeações na companhia que colidam com a Lei das Estatais até que o STF julgue em definitivo a decisão monocrática do ex-ministro Ricardo Lewandowski, que suspendeu restrições previstas no texto da legislação a nomeações de ministros de Estado, funcionários com cargo de confiança e representantes de partidos políticos.

No quadro mais amplo, desde o exterior, o dia foi marcado ainda na abertura dos mercados por moderada retomada do apetite por risco, em meio a leitura mais aguda em outubro para o índice de atividade composto (PMI industrial + serviços) nos Estados Unidos, de acordo com dados preliminares divulgados nesta terça pela S&P Global. Da Ásia, mais cedo, a emissão trilionária de títulos do Tesouro em yuans, anunciada na China, chega em momento no qual os agentes econômicos seguem atentos a sinais de estímulo no outro lado do mundo – algo positivo principalmente para a demanda por commodities, segmento de peso na B3.

Por outro lado, a falta de sinais de escalada no conflito do Oriente Médio deflagrado no último dia 7 pelo ataque do Hamas a Israel tem resultado, nas últimas sessões, em acomodação dos preços do petróleo, tanto no Brent como no WTI, o que alivia em parte os temores em torno da inflação global.

Contribuindo também para a redução da cautela dos investidores na sessão, os rendimentos dos Treasuries, especialmente de vencimentos mais longos como os de 10 e 30 anos, tiveram acomodação nesta terça-feira, após o da T-Note de 10 anos ter chegado a tocar o nível de 5% no dia anterior. Nesta terça, ficaram em torno de 4,80% para o mesmo vencimento, em meio a alertas de grandes players do mercado de que o “salto recente pode ter sido exagerado, diante do maior risco de desaceleração das principais economias ainda este ano”, aponta em nota a Guide Investimentos. (AE e Agência Brasil)

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