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Ibovespa realiza lucros e despenca 2,1%, maior queda desde maio

Assaí, SLC Agrícola e Magazine Luiza registraram as maiores altas do pregão abalado pela queda das ações em Nova York

Bolsa Ibovespa

Reunião do Federal Reserve sobre possível elevação dos níveis de exigência de capital de instituições financeiras abalou o mercado de ações | Foto: Getty Images

Vindo de cinco altas seguidas, o Ibovespa realizou lucros nesta antepenúltima sessão do mês, em que acumula leve ganho de 1,61%.  A virada das bolsas de Nova York, do positivo ao negativo no meio da tarde desta quinta-feira, contribuiu para que se acentuasse o movimento de correção na B3. Com isso o Ibovespa a retrocedeu aos 119 mil pontos pouco antes do fechamento. A mudança de tom em NY, atingindo quase todos os setores, veio após reunião do Federal Reserve para discutir possível elevação dos níveis de exigência de capital de instituições financeiras.

Muito pressionado, o Ibovespa encerrou o dia em queda de 2,10%, aos 119.989,64 pontos, ainda perto da mínima de 119.824,52, do fim da tarde, com máxima na sessão a 122.598,97 pontos, saindo de abertura aos 122.560,38 pontos. O giro ficou em R$ 22,9 bilhões. Na semana, o Ibovespa zera ganho e cede agora 0,19%, mas ainda avança 9,35% no ano. A queda de 2,10% foi a pior para o índice desde 2 de maio (-2,40%) e, com a correção de hoje, foi ao menor nível de fechamento desde a última quinta-feira, 20, então aos 118.082,90 pontos.

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Passado o ponto alto da agenda semanal – a deliberação sobre juros e os sinais emitidos pelo Federal Reserve sobre a orientação da política monetária nos Estados Unidos -, os investidores se debruçaram nesta quinta-feira sobre números e noticiário corporativo, à medida que o noticiário macro vai perdendo intensidade em direção ao fim da semana.

Dessa forma, desconectado do avanço de mais de 1% para os preços do petróleo na sessão, o desempenho negativo nesta quinta-feira foi puxado pelas ações de Petrobras, em queda de 5,63% (ON) e de 5,19% (PN) no fechamento, segurando a ponta perdedora do Ibovespa, pouco atrás de Gol (-5,83%) – apesar do balanço trimestral da companhia aérea, em que saiu de prejuízo para lucro líquido de R$ 556,3 milhões entre abril e junho. Por sua vez, na noite anterior, a Petrobras divulgou dados de produção referentes ao segundo trimestre.

Em relatório nesta quinta-feira, o Itaú BBA avalia que a estatal deve entregar fortes resultados no segundo trimestre, sustentada por sólidos números operacionais e um ambiente de preços que se mantém elevado para o petróleo e derivados. Mas um fator de preocupação e incerteza, segundo o banco, é a nova política de dividendos – a instituição manteve recomendação neutra para a empresa.

Maiores altas no Ibovespa em dia de queda no índice

Por outro lado, na ponta ganhadora do Ibovespa nesta quinta-feira, destaque para Assaí (+4,90%), à frente de SLC Agrícola (+3,14%) e de Magazine Luiza (+2,59%). Os investidores reagiram aos resultados trimestrais da Assaí, com lucro líquido de R$ 156 milhões entre abril e junho, uma leitura 12% acima da média das expectativas de casas ouvidas pelo Prévias Broadcast (Genial, Itaú BBA, Bradesco e XP).

Na agenda doméstica, destaque à tarde para a divulgação dos números do Caged, sobre a geração de vagas de trabalho, com criação de postos com carteira assinada em junho abaixo das expectativas, aponta o economista Rafael Perez, da Suno Research. Ainda assim, “todos os cinco grandes grupos de atividade econômica tiveram expansão no número de contratações, principalmente os setores de serviços e a agropecuária, que corresponderam a dois terços das vagas criadas”, acrescenta o economista. (AE)

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