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Ibovespa acompanha exterior e sobe após alta de juros nos EUA

Índice retorna aos 108 mil pontos, com anúncio da alta dos juros pelo Fed de 0,50 pontos percentuais; dólar vira e fecha em queda de 1,21%

Gráficos de mercado financeiro alusivos ao Ibovespa

Petrobras e papéis de outras petroleiras seguem em alta nesta quarta-feira, 4, puxados pela alta do Brent no mercado internacional | Foto: Getty Images

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, passou a subir logo após o anúncio do aumento da taxa de juros nos Estados Unidos. Com isso, o índice inverteu a curva e retornou aos 108 mil pontos.

O Ibovespa subiu 1,70%, aos 108.342 pontos. Petrobras e papéis de outras petroleiras seguiram em alta durante toda a sessão, puxados pelo aumento do petróleo tipo Brent no mercado internacional. O dólar também inverteu a tendência e passou a operar em queda após o Fed. A moeda americana recuou de 1,21% e fechou cotado a R$ 4,90.

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O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) elevou nesta quarta-feira, 4, o intervalo da taxa de juros do país para 0,75% e 1%. O aumento sobre o intervalo anterior, que foi definido em março, é de 50 pontos-base (0,50 ponto percentual) e representa a maior elevação para os juros americanos desde o ano 2000.

Em comunicado oficial, a autoridade monetária “prevê que os aumentos contínuos” do intervalo da taxa de juros como os desta quarta “na faixa-alvo serão apropriados”. 

A decisão da autoridade monetária dos EUA inverteu a tendência das bolsas pelo mundo. Os mercados americanos fecaram em alta nesta quarta-feira. Dow Jones subiu 2,82%, S&P500 outros 2,99% e Nasdaq avançou 3,19%.

No Ibovespa, as ações da Petrobras ficaram entre as maiores altas do índice – a PETR4 evoluiu 6,02% e a PETR3 outros 4,72%. Já a PetroRio avançou 5,81% e 3R Petroleum cresceu 4,68%.

O barril do Brent fecheou em alta de 4,92% e é cotado a US$ 110,14. Essa valorização está relacionada à decisão da União Europeia em impor barreiras para a importação do petróleo russo.

Ameaça de boicote ao petróleo russo eleva tensão nos mercados

Nesta quarta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, disse que a União Europeia (UE) vai parar de importar petróleo da Rússia, ao propor um sexto pacote de sanções contra Moscou pela guerra na Ucrânia.

Segundo ela, será um corte gradual para a compra do petróleo bruto durante os próximos seis meses e de produtos refinados até o fim do ano. “Será um completo embargo às importações de todo o petróleo russo, seja marítimo ou por oleoduto, bruto ou refinado”, disse.

“O mercado abriu em queda mas o destaque positivo para o setor das petrolíferas beneficiado pela alta do Brent, por causa de medida europeia contra a importação de petróleo da Rússia, com Petrobras entre as melhores performances do índice”, Rodrigo Crespi, analista da Guide Investimentos.

Para Rafael Foscarini, da Belo Investment, as decisões do Fed e do Copom já estão precificadas pelo mercado. “Ambos os bancos centrais vêm sinalizando a alta de juros nos discursos”, disse Foscarini. “Uma pequena parcela acha que vai ter alguma menção do Fed em aumentar 0,75 p.p. na próxima reunião, mas a grande minoria não aposta nessa indicação.”

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