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Ibovespa ensaia recuperação, mas tem 5ª semana seguida de queda

Índice recuou 0,16%, a 105.134 pontos, mesmo com alta dos papeis da Petrobras e Bradesco; dólar fecha acima de R$ 5 e acumula ganhos de 2,68%

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Cenários de instabilidade global e recessão afetam muito mais os mercados emergentes e o Brasil é um deles | Foto: Getty Images

Na ressaca do Federal Reserve, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, seguiu os mercados lá fora e fechou em queda nesta sexta-feira. O índice até ensaiou uma trajetória de alta com os bons resultados da Petrobras e do Bradesco, papéis de alto volume de negociações, que puxavam a recuperação, mas com o humor mais pessimista das bolsas americanas, o Ibovespa voltou a cair.

A Petrobras fechou o primeiro trimestre deste ano com lucro de R$ 42,187 bilhões, 3.718% a mais do que há um ano, e 41,4% maior do que o registrado no trimestre anterior. A receita de vendas no período subiu 64,4%, para R$ 141,641 bilhões, frente ao primeiro trimestre de 2021, e 5,6% em relação ao quarto trimestre do ano passado. Com isso, os papeis da estatal subiram mais de 2% e estão entre as maiores altas do Ibovespa. O PETR4 avança 2,97% e o PETR3 outros 3,69%.

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Já o Brasdesco fechou o primeiro trimestre de 2022 com lucro líquido recorrente de R$ 6,821 bilhões, um aumento de 4,7% em relação ao mesmo período do ano passado. As ações do banco subiram 2,54% e puxam papeis das instituições financeiras, como o Itaú que se valorizou em 1,93%.

O Ibovespa caiu 0,16%, a 105.134 pontos. Na semana, a queda do índice foi mais expressiva, de 2,4%, a quinta baixa semanal seguida. O dólar se valorizou frente à outras divisas mundiais nesta sessão. A moeda americana fechou cotada a R$ 5,07, uma alta de 1,17% e durante esta semana acumulou ganhos de 2,68%.

Nos Estados Unidos, os índices seguem em queda neste pregão. O Dow Jones recuou 0.29%%, o S&P 500 outros 0,56% e o Nasdaq caiu 1,40%.

O que prevalece na avaliação dos investidores é a visão de que o Fed está nos estágios iniciais de um ciclo de aperto monetário bastante agressivo para combater a alta da inflação, que persiste em meio à guerra russo-ucraniana. Além disso, há dúvidas sobre a capacidade do Fed de ajustar sua política sem levar os EUA a uma recessão.

Para o economista Fábio Louzada, com os EUA subindo os juros para conter a inflação, há risco de recessão global, o que seria ruim para todo mundo, principalmente para países emergentes. “Cenários de instabilidade e recessão global afetam muito mais os emergentes e o Brasil é um deles.” 

Louzada ressalta que outro fator é a guerra entre Ucrânia e Rússia, pois as sanções contra a Rússia vão continuar e não é um movimento de curto prazo. O que também é considerado pelo investidor é a situação da China, que está em lockdown e com uma política de “covid zero”. Isso faz com que a economia se estagne por lá e afete papéis ligados às commodities, como a Vale.

“Tudo isso junto gera instabilidade global, que é ruim para o Brasil e colabora para que o gringo saia do país”, disse. Em abril, quando a bolsa acumulou perdas de mais de 10%, o fluxo estrangeiro foi negativo em R$ 7,67 bilhões. No ano, no entanto o saldo está positivo em R$ 57,65 bilhões.

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