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Ibovespa resiste a tensão e sobe 1,18% na semana

Bolsa chegou a testar 115 mil pontos, mas recuou com notícia sobre invasão iminente da Ucrânia; mesmo assim, Ibovespa acumula 8,35% no ano

Investidora

Ações da Petrobras subiram acompanhando a alta do Petròleo, evitando estrago maior no Ibovespa | Foto: Getty Images

O desempenho de Petrobras (ON +4,49%, PN +4,07%) e de bancos, puxado pelo balanço do Itaú (PN +5,91%), reaproximou o Ibovespa dos 115 mil pontos no melhor momento desta sexta-feira, assegurando o quarto ganho diário e o quinto semanal da Bolsa de Valores de São Paulo (B3).

Até o meio da tarde, a Bolsa parecia a caminho de sua maior alta deste mês de fevereiro. Mas, ao final, sem força, o índice fechou quase no zero a zero, em leve avanço de 0,18%, aos 113.572,35 pontos, entre mínima de 113.128,01 e máxima de 114.899,26.

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Foi o maior nível intradia desde 18 de outubro passado, considerando a abertura a 113.367,77. Na semana, o Ibovespa acumulou ganho de 1,18%, colocando o resultado do mês a 1,27%. 

No ano, a Bolsa acumula alta de 8,35%. Reforçado, o giro foi a R$ 45,5 bilhões nesta sexta-feira majoritariamente negativa para os índices de Nova York, da Europa e da Ásia.

Ibovespa se aproximou dos 115 mil pontos antes de inverter curso com tensão na Ucrânia

No meio da tarde, mesmo com perdas firmes em Nova York, o Ibovespa se aproximava de testar os 115 mil pontos, nível não visto desde 16 de setembro passado. Mas o humor no exterior, que já era ruim, piorou de vez com o relato da americana PBS News, de que o presidente russo, Vladimir Putin, já teria tomado a decisão e informado a suas Forças Armadas de que a Ucrânia será ocupada militarmente.

O Ibovespa se acomodou então abaixo dos 114 mil pontos, mas ainda avançando no dia, com aceleração da cotação do petróleo dando bom suporte às ações da Petrobras, maior alta nesta sexta-feira junto com Itaú e Itaúsa (+4,26%), após o balanço da instituição financeira, e PetroRio (+4,24%). No lado oposto, as maiores quedas foram de Magazine Luiza (-8,50%), Usiminas (-7,45%), Azul (-5,84%) e Via (-5,07%).

“O resultado do Itaú corrobora nossa expectativa de normalização da lucratividade do banco, que mostrou sólido avanço na carteira de crédito”, observa em relatório o Banco Inter, que manteve recomendação de compra para Itaú PN com preço-alvo a R$ 32,00 para o fechamento do ano – hoje, a ação encerrou o dia a R$ 26,53.

A notícia da PBS News de que a Casa Branca já tinha  informação sobre o ataque iminente à Ucrânia, antes do fim da Olimpíada de Inverno, na China, elevou as preocupações dos investidores.

Traders de ações apertaram o botão de venda

“Os traders de ações rapidamente apertaram o ‘botão de venda’ após relatos de que os Estados Unidos esperam que a Rússia avance com a invasão da Ucrânia. Esperava-se um período de calma em relação à situação da Ucrânia, mas isso não parece mais ser o caso”, observa em nota Edward Moya, analista da OANDA em Nova York.

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"O início do dia já tinha sido negativo na Europa, e aqui tivemos um carrego do Itaú, dos resultados trimestrais, e do petróleo, o que segurou o mercado até o meio da tarde, quando começaram os rumores de tomada de posição firme da Rússia sobre a Ucrânia. Em Nova York, o índice VIX (que reflete a volatilidade com base em opções sobre o S&P 500) subiu mais de 20%, refletindo o aumento da percepção de risco, assim como o comportamento dos Treasuries. Aqui viemos para o zero a zero", diz Bruno Madruga, head de renda variável da Monte Bravo Investimentos.

Com um cenário externo degradado, ainda pautado pela expectativa de elevação dos custos de crédito nos Estados Unidos este ano, e por tensão entre o Ocidente e a Rússia, três fatores têm favorecido a recuperação do Ibovespa neste começo de ano, observa em relatório a XP Investimentos: rotação global das ações de crescimento para as de valor; forte exposição da B3 a commodities; e múltiplos de entrada muito baixos, "com Preço por Lucro projetado ao redor das mínimas dos últimos dez anos".

Assim, os R$ 32,5 bilhões em fluxo estrangeiro direcionado à B3 em janeiro se mantém positivo em fevereiro. "Como mencionamos em relatórios anteriores, a continuação do retorno desses investidores estrangeiros para a Bolsa brasileira se dará pelos seguintes fatores: melhor resolução sobre a trajetória fiscal e política do país; a continuação da recuperação econômica; cenário positivo para as commodities e os mercados emergentes, e o avanço crescente das iniciativas ESG pelas empresas brasileiras", observam o head de research Fernando Ferreira, a estrategista de ações Jennie Li e a analista Rebecca Nossig, da XP. (AE)

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