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Ibovespa sobe pelo 4º dia e retoma os 117 mil pontos; dólar cai a R$ 5,04

Com o quarto dia seguido de ganhos, o Ibovespa se manteve no maior nível de encerramento desde 20 de setembro; dólar fecha em queda de 0,13%

Dolar ibovespa mercado

Na semana, o Ibovespa sobe 2,52%, e conserva o sinal positivo no mês pelo segundo dia, agora em alta de 0,42% em outubro | Foto: Getty Images

Em véspera de feriado no Brasil, o Ibovespa operou em margem bem estreita, de 867 pontos entre a mínima (116.231,22) e a máxima (117.098,64) do fim da tarde desta quarta-feira, com os investidores demostrando, em boa parte do dia, disposição para colocar algum dinheiro no bolso após três sessões de retomada para o índice da B3. Do meio para o fim da tarde, contudo, o Ibovespa passou a operar um pouco acima da estabilidade, fechando em leve alta de 0,27%, aos 117.050,74 pontos, saindo de abertura aos 116.736,95. O dólar caiu 0,13%, mas manteve-se acima de R$ 5.

Com o quarto dia seguido de ganhos, o Ibovespa se manteve, como na terça-feira, no maior nível de encerramento desde 20 de setembro, então aos 118.695,32 pontos. Na semana, o índice sobe 2,52%, e conserva o sinal positivo no mês pelo segundo dia, agora em alta de 0,42% em outubro, após ter zerado as perdas no intervalo, na terça-feira. No ano, o Ibovespa avança 6,67%. O giro desta quarta-feira ficou em R$ 18,0 bilhões, após ter chegado a R$ 20 bilhões no dia anterior.

Saiba mais

Desde cedo, o Ibovespa refletiu a cautela que antecede o feriado numa quinta-feira com mercados abertos lá fora e divulgação de nova leitura sobre a inflação ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos, na quinta-feira. Assim, os investidores evitaram movimentos bruscos, com o petróleo em retração pelo segundo dia, após o ‘spike’ da segunda-feira que havia alavancado as ações da Petrobras.

Se, por um lado, o ajuste nos preços do petróleo reduz o impulso para Petrobras, por outro não deixa de ser bem-vindo, ao se considerar o quadro econômico mais amplo, ainda marcado por dúvidas sobre a inflação global e o nível de juros de mercado nos Estados Unidos – que nesta quarta se mantiveram em queda nos vencimentos mais longos, de 10 e 30 anos.

Destaques do dia no Ibovespa

Nesta quarta com redução na casa de 2% nas cotações do Brent e do WTI, as ações da Petrobras (ON -0,34%, PN -0,26%) acompanharam à distância a commodity, no fechamento, enquanto Vale ON mostrou alta de 0,87% e as ações de grandes bancos avançaram em torno ou acima de 1% para Bradesco, Itaú e Banco do Brasil – um pouco atrás, Santander subiu 0,79% nesta quarta-feira, na máxima do dia no encerramento.

Na ponta do Ibovespa, destaque para Gol (+4,56%), Carrefour Brasil (+3,27%), Alpargatas (+2,67%) e BTG (+2,57%). No lado oposto, IRB (-6,89%), Magazine Luiza (-4,02%), Pão de Açúcar (-3,73%) e Soma (-3,50%). “As ações do varejo têm refletido a pressão derivada dos juros futuros, com a expectativa também para os resultados do terceiro trimestre, tendo em vista o alto endividamento e as margens contraídas no setor”, diz Felipe Leão, especialista da Valor Investimentos.

Assim, o índice de consumo (Icon) fechou o dia em baixa de 0,66%, enquanto o de materiais básicos (Imat), correlacionado à demanda externa, subiu 0,30%.

Em sessão que contou com referências como a leitura sobre o IPCA de setembro – pela manhã, assim como a do índice de preços ao produtor (PPI) nos EUA – e, à tarde, a ata da mais recente reunião de política monetária do Federal Reserve, o Ibovespa mostrou desempenho quase uniforme ao longo da maior parte do dia, sem sobressaltos agudos em relação aos gatilhos disponíveis na sessão.

Destaque da tarde, a ata do Fed contribuiu para firmar o sinal positivo dos índices de ações em Nova York, com a leitura do mercado de que as indicações de nesta quarta reforçam a perspectiva de manutenção da taxa de juros de referência dos EUA na próxima deliberação sobre a política monetária americana, em novembro. Assim, em NY, Dow Jones fechou o dia em alta de 0,19%; S&P 500, de 0,43%, e Nasdaq, de 0,71%. Aqui, o dólar à vista cedeu 0,13%, a R$ 5,0498, no fechamento desta quarta-feira.

No Brasil, “o IPCA teve alta de 0,26% em setembro, e nos últimos 12 meses acumula 5,19%, acima dos 4,61% registrados em agosto”, diz Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, destacando que a variação mensal foi puxada, principalmente, pelos preços administrados (+1,11%), enquanto os livres apresentaram deflação (-0,04%). Considerando a inflação acumulada em 12 meses, foi o terceiro avanço consecutivo.

Dólar cai 0,13% a R$ 5,04

O dólar à vista encerrou a sessão desta quarta-feira, 11, em queda de 0,13%, cotado a R$ 5,0498. Houve algumas trocas de sinal ao longo da sessão, com a moeda oscilando entre mínima a R$ 5,0288 e máxima a R$ 5,0709, mas a tendência de baixa foi predominante, em mais um dia de queda das taxas longas dos Treasuries e perda de força da moeda americana em relação a divisas emergentes. Operadores notaram clima de cautela nas mesas de operação, com pouco apetite para apostas mais contundentes na véspera do feriado de Nossa Senhora Aparecida.

Os mercados locais estarão fechados na quinta, quando haverá divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de setembro nos EUA, o que pode mexer com as apostas em torno da condução da política monetária norte-americana. Há também as incertezas relacionadas aos desdobramentos da guerra entre Israel e o grupo palestino Hamas, que, por ora, não afetam a oferta de petróleo. As cotações da commodity voltaram a cair nesta quarta, com o contrato do tipo Brent para dezembro em baixa de 2,08%, a US$ 85,82 o barril.

Divulgada à tarde, a ata do encontro mais recente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) não trouxe novidades. A inflação desacelera, mas segue muito da meta, com a economia mostrando mais resiliência do que se esperava. A maioria dos integrantes do BC norte-americano concorda que os juros devem permanecer em níveis restritivos por algum tempo.

Nos últimos dias, dirigentes do Fed têm sinalizado que não haverá alta adicional da taxa básica dos EUA em novembro, ao mencionar desaceleração do núcleo de inflação e aperto indireto provado pelo nível das taxas dos Treasuries. Monitoramento da CME mostra que as chances de manutenção dos juros em novembro saltaram da casa de 86% na terça-feira para mais de 94% nesta quarta-feira após a ata.

Na visão do economista-chefe da Nomad, Danilo Igliori, a ata não trouxe novidades e os discursos recentes de integrantes do Fed mostram “maior conforto” com manutenção dos juros.

Mais cedo, o diretor do Fed Christopher Waller defendeu que o BC norte-americano mantenha uma postura dependente de dados, mas observou que o nível atual juros dos Treasuries já representa aperto das condições financeiras no país e pode “fazer parte do trabalho” da política monetária. (AE)

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