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Ibovespa sobe com expectativa de diálogo entre Rússia e Ucrânia

Alívio nos mercados com retomada de negociações entre a Rússia e a Ucrânia eleva bolsas da Europa e Estados Unidos, o que ajuda o Ibovespa

Bolsa

Petróleo chegou a subir mais de 8%, após a Opep+ confirmar aumento da produção, apesar de a guerra | Foto: Getty Images

Alívio pontual nos mercados de ações no exterior tranquiliza momentaneamente investidores locais no começo desta semana encurtada pelo carnaval. A alta das bolsas europeias e americanas reflete expectativa de retomada das negociações entre Rússia e Ucrânia, após quedas na véspera. Às 16hs, o Ibovespa subia 1,96%, aos 115.196 pontos, ante máxima diária aos 115.428,90 pontos (alta de 2,02%). O dólar caia 0,62% cotado a R$ 5,12

No entanto, informações desencontradas sobre a data da reunião, avanço das tropas russas em território ucraniano e sanções do Ocidente a bancos russos impõem cautela. Da mesma forma, a valorização das commodities reforça preocupação com a inflação mundial. O aumento coloca mais pressão sobre os bancos centrais mundiais e, consequentemente em papéis ligados à retomada e ao aumento de juros, como os de consumo e de construção, ainda que a alta possa beneficiar os ligados à matéria-prima.

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Hoje, o petróleo chegou a subir mais de 8%, após a Opep+ confirmar que decidiu ampliar sua produção, apesar de a guerra russo-ucraniana ter ampliado riscos à oferta. Ontem, Nova York fechou em baixa, diante do aumento da aversão a risco por causa do agravamento da guerra, e hoje avançam.

Ibovespa reflete pressão das commodities

“O Ibovespa corrige principalmente por causa das commodities. Vamos ver até onde vai essa correção”, afirma Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença. Na sexta, o índice encerrou com ganho de 1,39% (113.141,49 pontos, máxima). Já ontem, em Nova York, as bolsas cederam.

De acordo com Monteiro, será importante monitorar as sinalizações dos bancos centrais globais em meio a este cenário de valorização das commodities, que tende a prejudicar setores com relação direta ao consumo, dadas as perspectivas de aumento de juros. “Alta do petróleo, que eleva preocupações inflacionárias, tende a prejudicar o aéreo, o segmento de construção”, avalia. De fato, papéis da CVC ON (-3,75%), Gol PN (-3,36%) e Azul PN (-2,25%) estão entre as quedas do índice Bovespa.

Hoje, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, voltou a dizer que espera ser “apropriado” elevar os juros na reunião deste mês, mas notou a incerteza trazida pelo conflito na Ucrânia. Powell deixou bem claro que “será apropriado subir os juros em março e vou propor uma alta de 0,25 ponto porcentual”. Também sinalizou que o Fed poderá elevar os juros em 0,50 ponto porcentual, uma vez ou em mais ocasiões, caso a alta dos índices de preços continue mais persistente do que aguarda.

Além dos reflexos da guerra sobre os preços, o mercado de trabalho americano segue aquecido, reforçando tal debate. Em fevereiro, o setor privado dos Estados Unidos criou 475 mil empregos, segundo pesquisa ADP. Agora, o mercado espera a divulgação do relatório oficial dos EUA.

“Para a divulgação do payroll de 6ªF, após surpresa positiva da última leitura, um resultado melhor do que o esperado deve reforçar o movimento de primeira alta de juros na próxima reunião do FOMC e corroborar para um orçamento de 175bps no ano como um todo”, avalia em nota o BTG Pactual digital.

Contudo, pondera a nota, diante do aumento das tensões no cenário global, a probabilidade de uma alta de 0,50 ponto porcentual nesta reunião está baixa, “o que nos faz seguir com a expectativa de +25bps em 16/mar.” (AE)

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