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Importação baixa e alta de commodities rendem saldo recorde

Saldo das transações correntes chega a US$ 2,79 bilhões, melhor resultado desde o início da série histórica em 1995

Navio de carga visto de cima

Saldo da balança comercial ficou mais de US$ 1 bi acima do previsto pelo Banco Central | Foto: Getty Images

O saldo das transações correntes ficou positivo em junho deste ano, em US$ 2,791 bilhões, graças à queda da importação e bons resultados das exportações de commodities, informou o Banco Central.

Este é o melhor resultado para meses de junho desde o início da série histórica do BC, em 1995.

Os dados refletem os efeitos da pandemia do novo coronavírus, que desde março do ano passado tem reduzido o volume de importações de produtos.

Ao mesmo tempo, o Brasil tem se aproveitado da maior demanda global por commodities. O BC projetava para o mês passado superávit de US$ 6,5 bilhões na conta corrente.

O número de junho ficou abaixo do intervalo do levantamento realizado pelo Projeções Broadcast, de superávit de US$ 2,800 bilhões a superávit de US$ 7,000 bilhões (com mediana positiva de US$ 5,150 bilhões).

Balança tem saldo de US$ 7,3 bilhões

A balança comercial registrou saldo positivo de US$ 7,288 bilhões em junho, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 1,614 bilhão. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 3,119 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou positivo em US$ 2,430 bilhões.

No acumulado do primeiro semestre, o rombo nas contas externas soma US$ 6,975 bilhões. A estimativa atual do BC é de superávit em conta corrente de US$ 3 bilhões em 2021. O cálculo foi atualizado no último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), publicado em junho.

Nos 12 meses até junho deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 19,637 bilhões, o que representa 1,27% do Produto Interno Bruto (PIB).

Remessa de lucros e dividendos

A rubrica de lucros e dividendos do balanço de pagamentos apresentou saldo negativo de US$ 1,584 bilhão em junho, informou o Banco Central. A saída líquida é superior aos US$ 228 milhões que deixaram no Brasil em igual mês do ano passado, já descontadas as entradas.

No acumulado do primeiro semestre, houve saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos, de US$ 9,549 bilhões. A expectativa do BC é de que a remessa de lucros e dividendos de 2021 some US$ 28 bilhões. Esta projeção foi atualizada no último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado em junho.

O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 1,544 bilhão em junho, ante US$ 1,784 bilhão em igual mês do ano passado. No acumulado do primeiro semestre, essas despesas alcançaram US$ 11,183 bilhões.

A estimativa do Banco Central para a dívida externa brasileira em junho é de US$ 300,771 bilhões. Segundo a instituição, o ano de 2020 terminou com uma dívida de US$ 310,807 bilhões. A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 236,948 bilhões em junho, enquanto o estoque de curto prazo ficou em US$ 63,823 bilhões no fim do mês passado.

Viagens internacionais

Ainda sob os efeitos da pandemia de coronavírus na economia, a conta de viagens internacionais registrou déficit de apenas US$ 221 milhões em junho, informou o BC.

O valor reflete a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil no período. Em junho de 2020, o déficit nessa conta foi de US$ 72 milhões.

Na prática, com o dólar mais elevado e a restrição de voos em vários países, os gastos líquidos dos brasileiros no exterior despencaram nos últimos meses. A pandemia de covid-19 ganhou corpo a partir de março do ano passado, quando se intensificaram as restrições de deslocamento entre países.

O desempenho da conta de viagens internacionais no mês passado foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 449 milhões. Já o gasto dos estrangeiros em viagem ao Brasil ficou em US$ 228 milhões no mês passado. No primeiro semestre, o saldo líquido da conta de viagens ficou negativo em US$ 1,944 bilhão. (AE)

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